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Tuesday, May 26, 2020

Ruben A. encontra Ferreira de Castro



Passam hoje cem anos sobre o nascimento de Ruben A., nome literário de Ruben Andresen Leitão, com que assinava a obra historiográfica, incidindo no século XIX, em especial na figura e no reinado de D. Pedro V. Num depoimento publicado no Diário Popular Popular, em 7 de Abril de 1966 -- quando se assinalava o cinquentenário da publicação do seu primeiro livro, Criminoso por Ambição -- o romancista de A Torre da Barbela traçou um eloquente retrato moral do escritor, nascido há 122 anos, completados anteontem, 24 de Maio: «[…] nos raros encontros que tivemos -- eu fiquei com um pedaço da sua alma agarrada à minha fraca humanidade. / Tem a estranha qualidade em escritores portugueses -- que é a de saber admirar, mostrar ao mundo do dia a dia -- que a vida não é apenas um alguidar de lacraus onde todos se trincam sadicamente.» A esta qualidade moral, Ruben juntou outra: o exemplo da rectidão: «[…] por detrás dessas linhas [os seus romances] desenha-se uma alma fina, silhueta perfeita do homem que estimula, do ser
que combate com a dignidade de quem na praça pública só tem ou segue uma conduta.»

Thursday, April 27, 2017

30.ª edição de EMIGRANTES, com ilustração de Darocha


Assinalando os cem anos da publicação do primeiro livro de Ferreira de Castro, o juvenil Criminoso por Ambição (Belém do Pará, 1916), a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis promoveu uma edição especial de Emigrantes, acabada de publicar pela Cavalo de Ferro. A ilustração da capa é do pintor oliveirense Darocha, entretanto desaparecido. 



Thursday, June 02, 2016

Ferreira de Castro na BNL






O meu texto para a a mostra com que a Biblioteca Nacional, em parceria com o CEFC, assinala o centenário da publicação do primeiro livro de Ferreira de Castro, Criminoso por Ambição, escrito aos 14-15 anos, ainda na Amazónia. De 8 de Junho a 29 de Julho.

Thursday, May 05, 2016

«Paisagens Culturais em Ferreira de Castro»

Um colóquio pro suculento organizado pela UTAD, assinalando os 100 anos de publicação do primeiro livro, romancinho Criminoso por Ambição. Uma pena não poder assistir.

(programa em baixo)










Wednesday, April 20, 2016

O primeiro livro de Ferreira de Castro.

Esta sexta-feira, 22 de Abril, no MU.SA, Museu das Artes de Sintra, pelas 18 horas, irei falar sobre o primeiro livro de Ferreira de Castro, Criminoso por Ambição, obra juvenil de Ferreira de Castro, escrita ainda no seringal Paraíso entre 1912 e 1913, e publicada há cem anos em Belém do Pará.
Procurarei mostrar o que já se anunciava do autor maduro neste romancinho inicial, escrito por um adolescente tornado adulto precocemente.
Estão todos convidados. 

Thursday, March 14, 2013

A Selva como expressão das ideias libertárias de Ferreira de Castro (3)

De que forma poderemos enquadrar essa mundividência? Claramente através de um conjunto de ideias e de sensibilidades que dotara a totalidade da obra castriana de uma mensagem coerente e consistente de emancipação do Homem. Não se trata de um simples amálgama de sentimentos piedosos, vulgo «humanistas»; está para além disso, e tem uma designação bem definida na história das ideias políticas e sociais: chama-se anarquismo, e Ferreira de Castro foi um dos expoentes literários do século XX, em Portugal, dessa forma mais livre de encarar o mundo e a vida. Ela já aparece, ainda que inconscientemente, em Criminoso por Ambição (1916), através de uma pueril atmosfera de revolta e inadaptação do protagonista Simão Rafael dos Anjos (1), e é omnipresente, quase obsidiante no seu último livro, Os Fragmentos (1974), um volume que ele deixou cuidadosamente preparado para publicação.

(1) «Posfácio» a Emigrantes, edição comemorativa ilustrada por Júlio Pomar, Lisboa, Portugália Editora.

 Congresso Internacional A Selva 75 Anos -- Actas, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2007.

Saturday, December 29, 2012

«Um medo frio» -- Breve nota sobre a memorialística castriana (4)

Ferreira de castro proveio duma família de camponeses de Ossela. Órfão de pai aos seis anos, aos doze partiria, só, para o Brasil, onde trabalharia num seringal da Amazónia, no meio dos retirantes esfomeados -- que tinham na extracção da borracha a alternativa às suas vidas secas do Ceará e do Maranhão --, entre os capatazes, os jagunços, os ex-escravos, o pavor das feras e o temor dos índios, o inferno verde... No meio desta fauna, ainda encontrou quem lhe desse que ler: jornais, charadismo, um que outro livro, por vezes de Coelho Neto; ensimesmado, teve ocasião de escrever um romancinho intitulado «O Amor de Simão», editado por si pouco depois em Belém, já com o nome definito de Criminoso por Ambição. Aos dezassete anos, fazia biscates colando cartazes na capital do Pará; se tivesse sorte podia não dormir ao relento; se o estômago estivesse composto e o peso do desespero não fosse avassalador, podia frequentar Camilo e Eça, Balzac e Zola na biblioteca pública da cidade, anotando numa agenda de bolso máximas que o impressionaram, fazendo exercícios de estilo e lembretes importantes para o escritor que ele teria forçosamente de ser. E se por essa altura ainda trabalhou como embarcadiço num navio que fazia a carreira do Oiapoque, entre Belém e Caiena -- lavando o convés e sabe-se lá mais o quê -, dois anos mais tarde, em 1917 estava como co-director dum semanário destinado à comunidade lusa, o Portugal, cuja influência permitu editar um (então) tradicional e volumoso Almanaque.

Sol XXI # 38/39, Carcavelos, 2003

(foto)


Sunday, September 05, 2010

Ferreira de Castro entre Marinetti e Kropotine (3)

Quando se publicou Orpheu (1915), Castro, com 17 anos, saíra há poucos meses do seringal amazónico com o manuscrito do primeiro romance na bagagem. Em 1919, quando regressou, ainda se sentiam os efeitos provocados pela revista de Pessoa e Sá-Carneiro -- o n.º 1 conserva-se, aliás, na sua livraria pessoal -- e não se tinha desvanecido o escândalo suscitado pela publicação de Portugal Futurista (1917).
O Escritor, #11-12, Lisboa, Associação Portuguesa de Escritores, 1998, p. 175.

Monday, December 28, 2009

Viajar com Ferreira de Castro (2)

Assim se explica que, lançado na torrente migratória, de cá para lá, fosse , mais propriamente na Amazónia, onde rareavam os livros, que Castro escreveu uma noveleta intitulada Criminoso por Ambição, vindo a editá-la em fascículos em 1916, em Belém. Foi na biblioteca pública dessa cidade que aproveitou os intervalos dos biscates incertos para se educar a si próprio, lendo, lendo muito, autores portugueses, brasileiros, traduções de Balzac, Hugo ou Zola e um sem-número de livros de filosofia, política, sociologia.
Viajar com Ferreira de Castro, Porto, Edições Caixotim e Delegação Regional da Cultura do Norte, s.d., p. 1.

Tuesday, June 02, 2009

O jovem Ferreira de Castro - CRIMINOSO POR AMBIÇÃO (1916)

Caros leitores
Amaveis leitoras
Por um preço excessivamente módico, impressão nítida e papel regular, temos a subida honra de apresentar-vos em fasciculos de 20 paginas o sensacional romance criminoso por ambição, trabalho do escriptor Ferreira de Castro.
Ferreira de Castro, Criminoso por Ambição, [Belém do Pará] Empreza Editora, 1916.

Wednesday, July 09, 2008

O Museu Ferreira de Castro (3)

2. NO BRASIL - Da selva amazónica a Belém do Pará (1911-1919)

Devo-lhes [aos brasileiros] muito. Com eles aprendi a amar a humanidade.»FERREIRA DE CASTRO, entrevista ao Diário Popular (1966)

Relata a época em que Ferreira de Castro viveu no seringal ironicamente chamado «Paraíso», na Amazónia, onde escreveu o primeiro romance, Criminoso por Ambição, vivência que mais tarde se repercutiria em A Selva.
Embora trabalhasse como caixeiro num armazém, marcou-o fortemente a convivência com os seringueiros cearenses e paraenses, vítimas da adversidade do meio e da exploração praticada pelos proprietários das plantações.
Deixou o seringal em Outubro de 1914, tendo passado por enormes dificuldades. Nos intervalos de expedientes como a colagem de cartazes ou o trabalho num navio que fazia a cabotagem do Oiapoque, lia avidamente os clássicos na Biblioteca Pública de Belém.
A partir de 1915 dedicou-se ao jornalismo, tornando-se mais tarde profissional, publicando no ano seguinte os seus primeiros livros, Criminoso por Ambição e Alma Lusitana.