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Monday, February 27, 2012

O barão de Wrangel

Ferreira de Castro sobre o barão Piotr de Wrangel, um dos mais emblemáticos generais do Exército Branco, derrotado na guerra civil russa pelo Exército Vermelho, de Trotsky, n'A Batalha de 15 de Dezembro de 1924:
«Esse palhaço disfarçado de Marte, não deixa extinguir seu ódio ao novo regime russo, não pelo regime em si, mas porque supõe ver nele a encarnação da Liberdade.» 

Ecos da Semana -- A Arte, a Vida e a Sociedade, introdução e notas de Luís Garcia e Silva, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2004, p. 4.
(também aqui)

Sunday, April 08, 2007

Outras palavras #3 - Alexandra Kollontai

A sua acção revolucionaria, as suas conferencias iconoclastas, as suas doutrinas de rebelde, que a levavam a uma vida forçadamente errante, só eram conhecidas dos povos do norte da Europa. Companheira de de Kautsky, de Rosa Luxemburgo, de Clara Zetkin, esta mulher culta inteligente, gastou a sua mocidade a pregar a emancipação humana, o progresso das ideias, a integração da especie dentro duma vida mais justa, mais elevada, menos iniqua do que a actual. Sofreu, por isso, todas as perseguições [...]. Mas, com a vitória da revolução de 1917, quasi tudo isso terminou. Alexandra Kolontay constituiu mesmo uma das muitas surpresas que esse movimento trouxe ao mundo. [...]
Homens e mulheres teem sofrido, atravez de longos seculos, os mais grosseiros vetos, os mais incompreensiveis obstaculos, porque as religiões e a mentira social crearam, para a vida do sexo, origem da vida universal da especie, os anatemas e os preconceitos mais ofensivos da nossa própria inteligencia. E tão grande é o prejuizo milenario, que nem os cerebros mais rebeldes puderam fugir de todo à sua influencia, sendo, ainda hoje, frequentissimo vermos espiritos superiores sorrirem, ironicamente, das questões sexuais, como se elas constituissem, apenas, volupia de alcova, pecado desculpavel ao individuo que o pratica e não razão suprema da colectividade.
[...]
As mulheres [...] foram sempre as mais sacrificadas. Acumulavam com o papel de simples objectos de prazer masculino, o papel de escravas. Acumulavam e, de certa maneira, acumulam ainda, se não em todos os paises, pelo menos numa grande extensão do planeta.
[...]
O novo tipo feminino, emancipado, consciente, a nova mulher que quer viver para compaheira do homem e não para sua escrava, essa mulher que veio da literatura para a vida e que Kolontai apresenta e estuda com fraternal carinho, podia constituir, só por si, o segrêdo do êxito deste livro. [...]
Êste livro corresponde à nova moral em formação, em que homens e mulheres não tenham, economicamente, de ser escravos de alguns dos seus semelhantes e, sexualmente, de cairem na devassidão ou de se protituirem, porque do amor, razão suprema da vida, fizeram uma obscenidade ou um objecto de comercio. [...]
Prefácio ao livro de Alexandra Kollontai, A Mulher Moderna e a Moral Sexual, tradução de Ester do Monte e Freitas, Lisboa, Livraria Minerva, 1933, pp. 5-14.