Thursday, September 24, 2015

«A LÃ E A NEVE, de Ferreira de Castro: a História escreve-se no presente»

Será o tema da minha comunicação no Museu Ferreira de Castro (25, sexta, pelas 18 horas -- estão todos convidados), no âmbito das Jornadas Europeias do Património, este ano dedicado ao Património Industrial.

Saturday, September 19, 2015

"Escrever com os clássicos"

da recensão de Miguel Real ao romance de Margarida Palma, Veio Depois a Noite Infame (grande título!), no último JL:
«[...] Constrói personagens caracterizando-as física, social e psicologicamente (e até religiosamente), como o fazia Camilo ou Eça, Ferreira de Castro ou Fernando Namora. [...] exibe no seu romance uma voluntária lentidão literária, um vagar estético, que só encontramos em Júlio Dinis e Eça [...]»

Wednesday, September 16, 2015

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ficha:
livro: Não Há Borracha que Apague o Sonho (Museu Ferreira de Castro). Frente
autora: Luísa Ducla Soares
ilustradora: Danuta Wojciechowska
editor: Câmara Municipal de Sintra
colecção: «Museus para contar e encantar»
ano: 2005
dimensões: 21x5 cm.

Tuesday, September 15, 2015

«Sob as velhas árvores românticas»: do significado de Sintra para Ferreira de Castro (5)


Em terceiro lugar, Castro foi um contemplativo da Natureza, em especial da natureza vegetal; e esta ocupa também um lugar de primeira importância na sua obra, como desde sempre viram exegetas mais atentos: já na década de 1930, o poeta João de Barros assinalara nas páginas da Seara Nova, em recensão crítica a Eternidade (1933), a «paisagem, humanizada pelos que nela penam e sofrem» (in Museu Ferreira de Castro – Periódicos, MFC/D, João de Barros, «Livros», Seara Nova #345, Lisboa, 1 de Junho de 1933: 141-142); e outros críticos tirarão desta humanização mais extremes e significantes consequências: de António Cândido Franco, que sublinhará, a propósito do romance A Selva (1930), «[…] uma atribuição precisa de sentido à natureza […]» (in António Cândido Franco, «O significado da selva na obra de Ferreira de Castro», Colóquio – Letras #104-105, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1978: 62), a Torcato Sepúlveda, notando que o escritor, «[…] na obra como na vida, cultiv[ara] um doce paganismo em que a natureza era antropomorfizada […]» (in Torcato Sepúlveda, «A natureza como personagem de romance», Público, Lisboa, 29 de Junho de 1994: 25) – como teremos oportunidade de ver, a propósito das árvores de Sintra.

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Friday, September 11, 2015

Mário Cláudio: memória de Ferreira de Castro

Uma crónica  no Diário de Notícias.



 Uma breve observação: a referência ao suicídio e ao internamento no Hospital da CUF. Castro esteve internado, com uma grave crise hepática, sujeitando-se a três intervenções por uma equipa coordenada por Pulido Valente, em 1953. Se o escritor pensou nessa encarou a possibiliodade de suicidar-se, é até hoje um facto desconhecido. Uma vez que já passaram mais de quarenta anos sobre estas recordações de Mário Cláudio, talvez haja alguma confusão, uma vez que quando o autor de A Selva padeceu duma grave septicemia, em 1931, aí sim, está documentada uma pulsão suicidária (estamos poucos meses depois da morta da companheira, Diana de Lis, perda que sempre o atormentou), numa nota de suicídio que pude revelar em apêndice à correspondência com Roberto Nobre, publicada em 1994.

Thursday, September 03, 2015

F de «Família» (para um Dicionário de Ferreira de Castro)

1. família de origem. Primogénito de José Estáquio e Maria Rosa Soares de Castro. Órfão de pai (sobre quem nunca escreveu uma linha que se conheça) aos seis anos. Desse casamento resultaram quatro filhos, sendo o futuro escritor o mais velho. Após a viuvez, a mãe teve mais descendência, não tendo sido, por enquanto, apurada a sua paternidade. «Asfixia» é a palavra que Castro usa para caracterizar a vivência familiar que lhe coube, invocando-a, em consequência dos métodos repressivos da mãe, que o humilhavam, como uma das causas da sua partida para o Brasil. Referências muito breves a uma avó, entre outros. Após o regresso, a relação com a mãe caracteriza-se por uma preocupação com o seu bem-estar, embora com alguma distância.

2. famílias que constituiu. vive, em união de facto, com Diana de Liz, entre 1927 e 1930, data da morte desta, não havendo descendência. Casa--se, em 1938, em Paris, com Elena Muriel, jovem pintora espanhola, mãe da única filha de ambos, Elsa, sem descendência.

3. "família espiritual". O termo é seu, referindo-se à comunidade de escritores, num inquéiro sobre Direito de Autor.

(adenda) 4. a representação da família na obra ficcional.

(a desenvolver)