Showing posts with label Francisco Franco. Show all posts
Showing posts with label Francisco Franco. Show all posts

Tuesday, July 03, 2012

A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO, de Vítor Viçoso (22)

A Espanha, aqui ao lado, despertou as consciências de muitos destes jovens escritores, e o marxismo-leninismo aparecia aureolado do prestígio de uma doutrina humanista que pretendia a superação da sociedade classista, iníqua, fautora de um mundo de desigualdades e opressão, além do sedutor apelo da heroicidade resistente à barbárie irracional e retrógrada que se levantava no teatro de operações do país vizinho. (E não devemos também esquecer que a propaganda soviética sustentava que o nazi-fascismo e sistemas demo-liberais eram, no fundo, as duas faces da mesma moeda da dominação do sistema capitalista.) Impõe-se, por isso esta pergunta: quem, com a generosidade da juventude, sensível às injustiças com que era confrontada ao pé da porta, no país e no mundo, (quem)  não se deixaria seduzir pelo apelo internacionalista e libertador do movimento comunista internacional?


(texto lido na apresentação do livro no Café Saudade, Sintra, em 21 de Outubro de 2011

Tuesday, May 22, 2012

Vítor Viçoso, A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (19)

Costuma dizer-se que a história é escrita pelos vencedores – e no turbilhão do século XX os anarquistas foram duplamente derrotados nos países onde tinham mais influência. Dizimados por Trotsky na União Soviética (em especial as forças de Nestor Makhno, na Ucrânia), estiveram, em Espanha sob o fogo cruzado do militarismo de extrema-direita de Francisco Franco e da duplicidade traiçoeira de José Estaline. E foram derrotados também pela sua própria natureza libertária, incapaz de sujeição às organizações de ferro em que se sustentavam os seus inimigos, o que lhes custaria décadas de rarefacção organizacional.

(texto lido na apresentação do livro no Café Saudade, Sintra, em 21 de Outubro de 2011)