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Monday, September 08, 2025

nas palavras dos outros

Agustina Bessa Luís (1966): «Depois distanciamo-nos noutros enlevos do género literário, noutras predicações e várzeas frias do conhecimento; mas a essência da voz humana que ressoa numa e noutra obra é a mesma. Vemos de súbito que ela se reconhece naquele encontro, num caminho poeirento e silencioso.» «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916/1966 (1967)

Nogueira de Brito (1928): «É uma obra feita de justeza, de equilíbrio, de calma e objectivação e dela fica a semente a lançar à terra em futuras colheitas de análise sentimental, em próximas depurações de psiquismos e de vibracionismo íntimo.» «Ferreira de Castro e a sua obra literária», Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

Wednesday, July 23, 2025

nas palavras dos outros

(Agustina Bessa Luís, 1966): «Eu disse para mim: "Também escreverei; em breve escreverei um livro". Não sei de maior força que possa ter um autor, do que esse impulso que toca o espírito dos criadores obscuros, que nele encontram revelação e uma espécie de protecção à sua vontade e ao seu ermo.» «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916/1966 (1967)

(Nogueira de Brito, 1928): «Em Ferreira de Castro não há a elevação "estudada" do sentir afeiçoado à exigência da efabulação, a rebuscada irradiação de emotismo coado pela oportunidade mais ou menos feliz: há, sim, a espontaneidade que nasce da cena real da existência, sem qualquer assomo de artifício, sem clangores de retumbâncias festivas, nem estilizações frívolas de colorismos doentios e insinceros.» «Ferreira de Castro e a sua obra literária», Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

(Jacinto do Prado Coelho, 1976): «Minúcia na descrição, própria de quem viu com seus próprios olhos, quer se trate da Natureza amazónica, esmagadora, quer dos trabalhos e preocupações quotidianas em tais regiões longínquas. E verdade humana no modo como os "heróis" se definem, tanto através de flashes retrospectivos, que os individualizam,  como pelas formas de comportamento durante a expedição.» «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária» In Memoriam de Ferreira de Castro (1976) 

Friday, June 13, 2025

nas palavras dos outros

(Nogueira de Brito, 1928)  «Carácter e individualidade, moral e temperamento, tendências e atavismos, andam na obra de Ferreira de Castro como coisa existente, a valer, sem deformação, sem tintas esmorecidas, antes com um vinco de beleza moral e uma característica de perfeição honrosa que impressionam.» «Ferreira de Castro e a sua obra literária», Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

(Jacinto do Prado Coelho, 1976) «É narrativa de acção, relato duma luta e duma vitória final, novela animada de espírito épico -- mas a epopeia surge aqui humanizada, o livro é também "realista", prende-se ainda à tradição portuguesa daquela literatura de informação sobre terras desvendadas que remonta ao século XVI.» «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária» In memoriam de Ferreira de Castro (1976)

(Agustina Bessa Luís, 1966). «Quando eu li A Selva eu tinha dezasseis anos. Estava no Douro, eu era como um búzio da praia onde se ouve uma ameaçadora informação da vida; ameaçadora, mas restrita à sua lonjura. A Selva pareceu-me uma obra-prima, a obra de alguém que tivera experiência sem perder uma nobre ciência da juventude, que é a esperança.» «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro - 1916/1966 (1967)

Thursday, March 06, 2025

nas palavras do outros

(Jacinto do Prado Coelho, 1976) «Mais uma vez, na pena de Ferreira de Castro, a literatura apontou um caminho e exaltou grandes valores morais. / / O Instinto Supremo conta a história simples dum punhado de homens que se propõem, arriscando a vida, trazer uma tribo de índios ao seio da civilização. Persuadi-los a, de livre vontade, quebrar uma atitude hostil e deixar o estado selvagem.» «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária», In Memoriam de Ferreira de Castro (1976)

(Agustina Bessa Luís, 1966) «Era um dia quente e sem brisa, o espírito não contava pois com o ligeiro sopro das ribeiras; apagavam-se os verdes ao sol de Agosto. No entanto, Ferreira de Castro, sem esmorecer de atenção, disse: "Valeu a pena vir aqui ver esta estradinha... É maravilhosa..." Todos os anos passados eu levara a percorrer a pequena estrada branca, de noite, com luares circundados da piedade humilde dos pinhais, de dia ouvindo o cachoar da água, o mistério da água correndo absorta, a água matemática dos campos da minha terra -- tudo se voltou para mim do seu sequestro na memória e no hábito. E eu vi que sim, a estrada era maravilhosa.» «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916/1966 (1967)

(Nogueira de Brito, 1928) «Os tipos, que a sua obra incarna, são exemplos da vida, e não há um gesto, um vinco de fisionomismo que não atinjam uma verdade irrefutável, um sentido de exactidão a que não está acondicionado o género novela, tão escassamente conseguido.» «Ferreira de Castro e a sua obra literária»Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

Thursday, January 23, 2025

nas palavras dos outros

(Agustina Bessa Luís) «O caminho branco com os lódãos enflorados de vinha, deu-lhe a atmosfera inteira desses lugares. E eu vi que só um homem que tivesse o talento de assumir a natureza das coisas, sem as alterar na sua originalidade, podia assim reconhecer a magnificência desse toucado dos violáceos festões de "português azul".» «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916/1966 (1967)

(Nogueira de Brito) «O que caracteriza a literatura de Ferreira de Castro é a incidência do bom gosto estético na observação filosófica dos factos e dos indivíduos, levada a um grau de conclusão e apuro exactos, que faltam à maioria dos escritores que trilharam o caminho por onde ele segue, sem um desvio, sem uma tergiversação, sem uma "falha".» «Ferreira de Castro e a sua obra literária» [1929], Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

(Jacinto do Prado Coelho) «Ferreira de Castro -- quem o não sabe? -- pertenceu à segunda categoria. E O Instinto Supremo, sua última obra, confirmava naturalmente a clara, nobre vocação de escritor humanista. Do "Pórtico", em que o Autor se dirige a um velho amigo, se infere que o "romance" (talvez melhor "novela", apesar das suas dimensões) nasceu da convergência com o contacto pessoal com a Amazónia, ponto de partida d'A Selva, e da adesão profunda ao ideal humanitário que norteou Rondon e os seus sequazes na pacificação dos Índios do Brasil.» «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária", In Memoriam de Ferreira de castro (1976)

Tuesday, December 10, 2024

nas palavras dos outros

(Nogueira de Brito) «O escritor que deu ultimamente às letras portuguesas um formoso livro, "Emigrantes", é, antes de tudo, um emotivo severo, pautado, sem arremedos de sentimentalismos pueris, nem devaneios lânguidos de compressão de sentimento ou de ternura.» «Ferreira de Castro e a sua obra literária», Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)

(Jacinto do Prado Coelho) «Escritores de torre de marfim, ou então demoníacos, malditos. Outros, porém, fazem literatura possuídos da consciência de um dever para com o próximo, a escrita é para eles veículo de uma mensagem, obedecem a uma vocação que é simultaneamente literária e cívica, são, através da palavra, através da ficção, construtores de homens, pedagogos.» «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária», In Memoriam de Ferreira de Castro (1976)

(Agustina Bessa Luís) «Um dia eu disse a Ferreira de Castro: "Venha ver a minha terra e a casa onde eu nasci." E ele foi sem rogos, porque o seu coração tem a debilidade dos lugares modestos onde se come o primeiro pão e se forma a alma de saudades esquivas e dolorosas.» Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916-1966 (1967)

Tuesday, October 29, 2024

nas palavras dos outros

Jacinto do Prado Coelho (1976) «Há duas linhagens de escritores. Uns realizam-se comunicando as suas experiências, por vezes à beira do abismo, entregando-se aos poderes da imaginação e da linguagem, visando emoções puramente estéticas, alheios às consequências ético-sociais dos seus livros, arautos até dum individualismo exacerbado, revoltado, indiferentes ao labéu de inúteis ou à acusação de dissolventes.» .../... «"O Instinto Supremo": quando a ética se torna humanitária», In Memoriam de Ferreira de Castro (1976)

Agustina Bessa Luís (1966) «É numa página de um jornal que eu considero o mais estimável do Mundo, que vou escrever sobre Ferreira de Castro. Creio que nos meus primeiros passos colaborei aqui, não sei com que pequeno trecho todo arrebatado nas escarlatinas da mocidade, e já colérico e fantástico, que esse estilo tive-o sempre e sempre dele sofri.» .../... «Ferreira de Castro», Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro -- 1916-1966 (1967)


Nogueira de Brito
 (1928) «Ferreira de Castro, a quem acaba de ser prestada homenagem de admiração pelo seu talento é, na moderna geração literária, um dos valores mais curiosos pela orientação mental que tem inspirado a sua obra de reconstrução moral e psíquica.» .../... «Ferreira de Castro e a sua obra literária», Ferreira de Castro e a Sua Obra (1931)