Tuesday, May 26, 2020

Ruben A. encontra Ferreira de Castro



Passam hoje cem anos sobre o nascimento de Ruben A., nome literário de Ruben Andresen Leitão, com que assinava a obra historiográfica, incidindo no século XIX, em especial na figura e no reinado de D. Pedro V. Num depoimento publicado no Diário Popular Popular, em 7 de Abril de 1966 -- quando se assinalava o cinquentenário da publicação do seu primeiro livro, Criminoso por Ambição -- o romancista de A Torre da Barbela traçou um eloquente retrato moral do escritor, nascido há 122 anos, completados anteontem, 24 de Maio: «[…] nos raros encontros que tivemos -- eu fiquei com um pedaço da sua alma agarrada à minha fraca humanidade. / Tem a estranha qualidade em escritores portugueses -- que é a de saber admirar, mostrar ao mundo do dia a dia -- que a vida não é apenas um alguidar de lacraus onde todos se trincam sadicamente.» A esta qualidade moral, Ruben juntou outra: o exemplo da rectidão: «[…] por detrás dessas linhas [os seus romances] desenha-se uma alma fina, silhueta perfeita do homem que estimula, do ser
que combate com a dignidade de quem na praça pública só tem ou segue uma conduta.»

Monday, May 25, 2020

da inércia

«Marchavam com naturalidade, nem depressa, nem devagar, no ritmo dos funcionários que chegam a horas ao seu emprego.»


A Experiência (1954; 11.ª ed., 2014)

Sunday, May 24, 2020

da timidez

«A juventude que então arvorávamos não convencia ninguém e uma timidez desprotegida impedia-nos todos os passos em direcção aos empresários.»




do «Pórtico» de A Curva da Estrada (1950,  11.ª ed., 1985)

Friday, May 01, 2020

Ferreira de Castro com Glauber Rocha, no 1,º de Maio de 1974 -- ou "Escrever é lutar!"


“A mim ainda me parece inverosímil que, após quase 50 anos de opressão e de falta de liberdade, o povo português se tenha libertado dessa mesma opressão e que sinta hoje, sinta nos últimos dias, uma alegria que é verdadeiramente indescritível! E aproveito a ocasião para saudar, no Brasil, os brasileiros, os meus camaradas brasileiros, aos quais estou profundamente ligado pelo coração e pelo espírito!”  (ao minuto 31')


José Gomes Ferreira, no In Memoriam de Ferreira de Castro (1976), dá conta dessa jornada.