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Wednesday, December 09, 2009

Para além das ortodoxias: Ferreira de Castro e Francisco Costa

O papel de fundamental de Francisco Costa na doação do espólio de Ferreira de Castro ao Povo de Sintra (ver depoimento em apêndice) foi o melhor remate a um diálogo que se estabelecera cinquenta anos antes, quando o jovem poeta sintrense dava os primeiros passos como autor e o não menos jovem torna-viagem sobrevivia pelos jornais, compensando pela quantidade a exiguidade da remuneração das colaborações. Estreando-se em 1920 com a colectânea de sonetos intitulada , redigidos em grande parte no sanatório onde convalescerá de uma tuberculose pulmonar, Costa registou na sua autobiografia a comovida recepção dispensada pelo «jovem ateu Ferreira de Castro, jornalista aqui e acolá» (3). Desconhecendo essa nota, temos oportunidade de publicar as impressões de Castro a propósito do livro seguinte, Verbo Austero. Não se eximindo a frisar divergências («não é meu mar predilecto»), estas também não impediram o entusiasmo («é inegavelmente um poeta») por quem se reafirmava com um lirismo clássico, mas inquieto, provavelmente mais próximo de si próprio do que julgava, pela «desconformidade e heterodoxia» que -- como no prefácio salientara Fidelino de Figueiredo --, reflectiam a «sensibilidade moderna do poeta. (4)
(3) Francisco Costa, «Esboço de autobiografia literária», Última Colheita -- Poesia e Biografia, Sintra, edição do Autor, 1987, p. 71.
(4) Fidelino de Figueiredo, «Prefácio» a Francisco Costa, Verbo Austero, Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1925, p. X.
Vária Escrita, n.º 10, Sintra, Câmara Municipal, 2003, p. 84.

Monday, November 16, 2009

Ferreira de Castro e João Pedro de Andrade (2)

Este relacionamento esteve sempre presente ao longo dos anos, como comprova o espólio do autor de Eternidade. À existência de 19 espécimes de correspondência, entre 1922 e 1964, soma-se um conjunto de cinco livros com dedicatória autógrafa que ficaram na pequena parte da sua biblioteca pessoal destinada a este Museu. São eles: Teatro (1941); O Problema do Romance Português Contemporâneo (1942); Os Melhores Contos Portugueses (1959) -- antologia em que Castro figura com O Senhor dos Navegantes; Raul Brandão; e O Diabo e o Frade (ambos de 1963). De Castro para Andrade, conhecemos, por gentileza dos seus herdeiros e descendentes, a 6. edição de A Lã e a Neve e a 4.ª de A Curva da Estrada (as duas de 1951); a edição «Portinari» de A Selva (1955); e a 1.ª edição de O Instinto Supremo (1968). Entendimento que se traduziu significativamente no facto de João Pedro de Andrade ter sido o autor dos verbetes sobre Ferreira de Castro e A Selva para o importante Dicionário das Literaturas Portuguesa, Brasileira e Galega (1960), dirigido por Jacinto do Prado Coelho. (1)

(1) Sobre o assunto, ver a carta de Andrade ao seu biografado, datada de Lisboa, em 7 de Outubro de 1955, apud Ricardo António Alves, 100 Cartas a Ferreira de Castro, Sintra, Câmara Municipal / Museu Ferreira de Castro, 1992, pp. 141 e 142.
Centenário de João Pdedro de Andrade, coordenação de João Marques de Almeida, Actas & Colóquios da Hemeroteca, Lisboa, Câmara Municipal, 2004, pp. 138-139.

Thursday, October 15, 2009

Cinco centenários -- Cartas inéditas de José Bacelar, Fernanda de Castro, Castelo Branco Chaves, José Gomes Ferreira, José Osório de Oliveira e F (1)


Continuando o trabalho de divulgação do espólio de Ferreira de Castro, dá-se à estampa -- actualizando a ortografia, mas mantendo a pontuação -- correspondência inédita de José Bacelar, Fernanda de Castro, Castelo Branco Chaves, José Gomes Ferreira e José Osório de Oliveira, no ano em que se assinalam os respectivos centenários, além de duas cartas do autor de A Selva. Desta forma continuará a Vária Escrita a apresentar-se como uma publicação de indispensável consulta a todos quanto estudam, não só Ferreira de Castro, como inúmeros escritores, artistas e outros intelectuais que com ele se relacionaram.
Vária Escrita, n.º 7, Sintra, Câmara Municipal, 2000, p. 131.

Monday, September 22, 2008

O Museu Ferreira de Castro (9)

O ESPÓLIO
O riquíssimo espólio documental, composto por mais de vinte mil documentos de correspondência, largas dezenas de títulos de periódicos, manuscritos e inúmeros espécimes diversos, está aberto aos investigadores, doutorandos, mestrandos e estudantes universitários.
Da correspondência de escritores, artistas plásticos, cientistas, políticos e editores, constam nomes tão diversos quanto Eugénio de Andrade, João Lúcio de Azevedo, João de Barros, Agustina Bessa-Luís, António Botto, Jaime Brasil, Alexandre Cabral, Joaquim de Carvalho, Augusto Casimiro, Fernanda de Castro, Natália Correia, Jaime Cortesão, Júlio Dantas, Mário Dionísio, Sant`Ana Dionísio, Assis Esperança, Vergílio Ferreira, M. Rodrigues Lapa., Ruben A., Óscar Lopes, Ilse Losa, Vitorino Nemésio, Joaquim Paço d`Arcos, João Sarmento Pimentel, Raul Proença, Álvaro Salema, António Sérgio, Alberto de Serpa e Erico Veríssimo, entre muitos outros.