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Friday, May 28, 2010

«...esta necessidade permanente de assistência afectiva...» [a correpondência entre Ferreira de Castro Roberto Nobre] (3

José Roberto Dias Nobre (São Brás de Alportel, 1903 -- Lisboa, 1969) estaria destinado a seguir a profissão do pai, não fosse o seu irrequieto temperamento artístico, que o fazia saltar da ilustração para a crítica e desta para o cinema e de novo para o desenho, etc., numa dispersão que se revelou ser fecunda. Ainda no Algarve chegou a realizar uma curta metragem, Charlotim & Clarinha, cujo Charlot escolheu para a capa do seu primeiro livro sobre a 7.ª Arte, por si desenhada -- Horizontes de Cinema, Guimarães, Lisboa, 1939.


Ferreira de Castro e Roberto Nobre, Correspondência (1922-1969}, introdução, leitura e notas de Ricardo António Alves, Lisboa, Editorial Notícias e Câmara Municipal de Sintra, 1994, p. 8.

Sunday, October 18, 2009

Os retratos de Castro por Nobre (2)

O autor de Ontem e Hoje com Dom Quixote iniciou vida artística por volta de 1920, como assistente de realização e laboratório de Albert Durot, antigo câmara de Georges Pallu, o realizador de «Os Fidalgos da Casa Mourisca» (1920) , «Amor de Perdição» (1921), «O Primo Basílio» (1922) e um dos responsáveis pelas primeiras tentativas de se estabelecer uma actividade regular de cinema em Portugal. (3) Essa paixão pela 7.ª Arte, levá-lo-ia inclusivamente à realização. (4) Nele coabitavam, porém, múltiplos interesses: artes plásticas (em que foi um dos precursores do neo-realismo pictural português (5)), artes gráficas (o cartoon (6), a publicidade, a ilustração (7), o design de moda (8)) e a escrita.
(3) Anos mais tarde, recordaria: «[...] comprei, penosamente, uma sumária câmara Ernneman para as minhas experiências. Mas, por Júpiter, desconhecia até a velocidade que se devia dar à manivela.» Roberto Nobre, Horizontes de Cinema, 2.ª edição, Lisboa, Guimarães & C.ª, 1971, p. 10.
(4)Ver Luís de Pina, História do Cinema Português, Mem Martins, Publicações Europa-América, s. d., p. 54.
(5) Ver Fernando Alvarenga, Afluentes Teórico-Estéticos do Neo-Realismo Visual Português, Porto, Edições Afrontamento, 1989, pp. 13 e 69.
(6) Ver Maria Helena de Freitas, «Imagens e miragens de uma década», VV. AA., O Grafismo e a Ilustração nos Anos 20, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian -- Centro de Arte Moderna, 1986.
(7) Ver Margarida Acciaiuoli, «As capas das revistas e magazines», ibidem.
(8) Ver José-Augusto França, Os Anos Vinte em Portugal, Lisboa, Editorial Presença, 1992, p. 194.
«Os retratos de Castro por Nobre», Vária Escrita, Sintra, Câmara Municipal, 2001, pp. 33-42.

Saturday, February 28, 2009

Roberto Nobre -- Uma vida por imagens (1)

À memória de Maria do Céu Nobre

A obra plástica e ensaística de Roberto Nobre está à espera de quem sobre ela se debruce, não obstante algumas abordagens importantes, embora parcelares e por vezes esquemáticas, que têm sido feitas nos últimos anos. O texto que se segue padece dessas insuficiências; mas tendo alguma responsabilidade na desocultação do nome e da obra de Roberto Nobre, não poderia eximir-me a aceitar o convite honroso para evocar o percurso intelectual dum filho de São Brás de Alportel, vila de gente afável e dedicada, alfobre de artistas e homens de cultura, terra singular neste Algarve que esteve sempre no coração do ensaísta de Horizontes de Cinema.

In Roberto Nobre -- 1903-2003, São Brásde Alportel, Câmara Municipal, 2003, p. 11.

(continua)