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Wednesday, April 01, 2015

Ferreira de Castro nos dicionários (5): Joaquim Paço d'Arcos, Alves Redol e Fernando Namora no Dicionário Universal de Literatura, de Henrique Perdigão


Dicionário Universal de Literatura

Joaquim Paço d'Arcos ("Paço d'Arcos -- (Joaquim) -- 1908"). Bibliografia, biografia e episódios de vida literária, referência crítica (João Gaspar Simões).

Ficha:
pág.: 876-877
dimensões: 14,1 cm.
palavras: --
caracteres: --
foto: sim

Alves Redol ("Alves Redol"). Dos dez escritores referidos é o único que está ainda remetido para o apêndice "Registo Sumário de Autores", provavelmente por falta de referências biográficas. No que respeita à bibliografia, está actualizada: Glória [Uma Aldeia do Ribatejo], Gaibéus, e Nasci com Passaporte de Turista (embora com erro no título).

Ficha:
pág.:  930
dimensões: 3 linhas
plavras: --
caracteres: --
foto: não

Dicionário Universal de Literatura
Fernando Namora ("Namora -- (Fernando) -- 1919"). É o último e mais jovem autor com verbetes próprios neste dicionário que começa em Homero. Assim é salientado (e como tal enaltecido) por Perdigão, no verbete que remata a obra. Referências biográficas, bibliográficas e críticas (João Gaspar Simões, José Osório de Oliveira e Pierre Hourcade).

Ficha:
pág. 888
dimensões: 27,6 cm.
palavras: --
caracteres:
--
foto: sim

Fereira de Castro nos dicionários (4): Assis Esperança, Maria Archer e Rodrigues Miguéis no Dicionário Universal de Literatura, de Henrique Perdigão


Dicionário Universal de Literatura

Assis Esperança ("Assis Esperança -- (António) -- 1892"). Mera descrição bio-bibliográfica e outra informação pessoal.

Ficha:
pags.: 801
dimensões: 10,1 cm.
palavras: --
caracteres: --
foto: sim

José Rodrigues Miguéis ("Rodrigues Miguéis -- (José Claudino) -- 1901"). Referências bibliográficas exaustivas e percurso para-literário pormenorizado; referência crítica (António Sérgio).

Ficha:
págs.: 851
dimensões: 20,8 cm.
palavras: --
caracteres: --
foto: não

Maria Archer (Archer -- (Maria) -- 1905*") Percurso biobibliográfico pormenorizado, dentro dos limites possíveis. Referência crítica (João Gaspar Simões)

Ficha:
págs.: 865-866
dimensões: 15,1 cm.
palavras: --
caracteres: --
foto: não

Há alguma confusão com o ano do nascimento. Alguns autores situam-no em 1899, outros em 1905.

Ferreira de Castro nos dicionários (3) Manuel Ribeiro e Aquilino Ribeiro no Dicionário Universal de Literatura, de Henrique Perdigão

Dicionário Universal de Literatura
Manuel Ribeiro. ("Ribeiro (Manuel) -- 1879"). Percurso biográfico e ideológico, referências bibliográficas, referência crítica (citação de António Sérgio) e situação profissional. 

Ficha:
págs.: 900-001
dimensões: 24,9 cm.
palavras: --
caracteres: --
foto: sim

Aquilino Ribeiro: ("Ribeiro (Aquilino) -- 1885"). Biografia e bibliografia, alusão à opulência estilística, não recolhendo então aprovação unânime (João Gaspar Simões), referência crítica (Aubrey Bell).

Ficha:
pág.: 733
dimensões: 21, 5 cm.
palavras --
caracteres --
foto: não

Tuesday, January 28, 2014

castrianas - Teresa Leitão de Barros



Teresa Leitão de Barros (1898-1983), escritora e crítica literária do Notícias Ilustrado, quando se publicou A Selva (1930) escreveu, entre outras, duas coisas importantes, que o tempo, que é mauzinho, veio confirmar: a primeira é que, publicados os dois romances, este e Emigrantes, dois anos antes, Castro sobressaía como o grande romancista da sua geração: «Ferreira de Castro consagrou-se a si próprio, quando escreveu as mais admiráveis páginas dos seus últimos romances. Os seus personagens, que ficam bem de pé, bem erguidos perante a nossa mais incondicional admiração, esmagam e afugentam os fantoches de tanto romanceco que contribuiu para divinizar alguns autores de sorte. São colossos amesquinhando pigmeus.»

Na verdade, quem, de 1930, importa hoje? Só Castro e Aquilino, que era da geração anterior. Morto Raul Brandão, nesse preciso ano, Assis Esperança não resistiu ao tempo (pese embora o magnífico Servidão, de 1946). Da geração de Ferreira de Castro, Régio avançaria com o importante Jogo da Cabra Cega, em 1934, que então passou despercebido, como seria de esperar; Miguéis terá o modesto Páscoa Feliz em 1932, esperando ainda cerca duas décadas para voltar a publicar; Nemésio, com o modestíssimo Varanda de Pilatos (1927), só em 1944 virá com o assombroso Mau Tempo no Canal; João Gaspar Simões romancista menor, nem é deste campeonato (o interessante Elói, também de 1932, não ganha no confronto com a Cabra Cega regiana); e Francisco Costa e Tomás de Figueiredo só nos anos 40 começam a publicar romances. Para além do que pululava pelos jornais, no elogio mútuo ou interessado, só mesmo Aquilino e Castro hoje importam.
Acrescenta também Teresa Leitão de Barros no Notícias da Tarde, acertadamente, podemos dizê-lo agora, à distância de 83 anos: «Como obra literária integralmente bem realizada, "A Selva" pertencerá, um dia, à História onde se analisam os livros definitivos e grandes que neste século foram escritos em língua portuguesa.»
"Neste século", atrevia-se a crítica, ainda em 1930. Olhando para trás, verificamos que acertou na mouche, mesmo com todos os grandes textos romanescos, e foram felizmente alguns, que se imprimiram até ao ano 2000...
Teresa Leitão de Barros, «Um grande livro do século XX», apud Jaime Brasil, Ferreira de Castro e a Sua Obra, Porto, Livraria Civilização, 1931.

foto: Maria Antónia Fiadeiro (org.), Mulheres Século XX -- 101 Livros, Lisboa, Câmara Municipal [2001]

Monday, September 10, 2012

incidentais #2 -- um romancista descobre-se

da "Nota à 4.ª edição":

*A assunção de uma qualidade particular de romancista: a de «biógrafo [...] das personagens que não têm lugar no mundo».

* O volte-face de um percurso marcado até aí pela perseguição do exotismo e pelas proclamações libertárias para algo de mais profundo e essencial: a busca da dignidade do Homem e de todos os homens, a condição simultaneamente de fragilidade e audácia prometeica que caracteriza o indivíduo ao longo dos tempos. 

* Ter na mão a edição princeps  (1928) e perceber e sentir o que de inaugural teve aquele romance para toda uma literatura que viria a florescer na década de 1940, o neo-realismo, imune, porém à moléstia do sectarismo, armadilha em que caíram outros mais novos do que ele.

* O título, nome colectivo, Emigrantes.

* Romance português mais morto que vivo nesse final de década: naturalismos tardios, pitorescos gastos. Sobravam Aquilino, com muito ainda para dar; Brandão, às portas da morte, de obra rematada e memórias deixadas à posteridade; Teixeira-Gomes, o hedonista exilado e livre, ressurecto para a literatura. O romance psicologista -- que nunca foi estranho à narrativa castriana -- da presença, o Elói de João Gaspar Simões, o notável Jogo da Cabra Cega, de Régio, aguarda(m) vez.

Tuesday, March 06, 2012

Vítor Viçoso, A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (15)

Atrevo-me, aliás, a sugerir que as posições do presencista Fernando Lopes-Graça – revista de que ele foi um dos mais importantes colaboradores –, um estrénuo defensor da arte pura, estão muitos mais próximas de Régio do que de qualquer teórico do Neo-Realismo. O que não invalida que ele, quando necessário, tivesse a necessidade de intervir explicitamente com as Canções Heróicas ou, já depois do 25 de Abril – com o seu Requiem pela Vítimas do Fascismo em Portugal.

Foto: José Régio, João Gaspar Simões, Albano Nogueira, Fernando Lopes-Graça e Adolfo Casais Monteiro, daqui.

Tuesday, February 21, 2012

Vítor Viçoso, A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (14)

Voltando ao lastro cultural de que o Neo-Realismo irá proceder, temos de referir a revista coimbrã presença, de José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e Adolfo Casais Monteiro. Escreve Vítor Viçoso, com toda a pertinência, que «[…] nem o psicologismo da Presença esteve totalmente afastado da literatura neo-realista, nem a socialidade como tema literário, apesar da centração egotista, esteve arredada dos pressupostos de alguns presencistas.» (p. 51). Na verdade, dos grandes nomes da revista, só João Gaspar Simões, que em 1937 proclamara o «Discurso sobre a Inutilidade da Arte», se pode considerar como um defensor da arte pela arte. José Régio ou Adolfo Casais Monteiro são, acima de tudo defensores da liberdade do artista. Régio, aceitando com naturalidade a valia de uma arte empenhada, sustenta inclusivamente, e com razão – nas páginas da presença, a propósito do filme «A Revolução de Maio», de António Lopes Ribeiro –, que a própria propaganda não tem necessariamente de ser destituída de valor artístico. Basta lembrar-nos de obras-primas do cinema propagandístico como O Triunfo da Vontade ou Olímpia, de Leni Riefensthal…

Wednesday, February 01, 2012

Vítor Viçoso - A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (11)

É evidente que, como salienta Vítor Viçoso, há dificuldades com que o Neo-realismo se irá defrontar, a começar pela «crença “vanguardista” na capacidade de intervenção da arte no processo contraditório da transformação do mundo» (p. 28). Poderá pôr-se um problema de credibilidade: «a voz dos oprimidos» não deixará de ser «a voz do outro social» interpretada pelo «eu moral» do escritor. (pp. 35-36), correndo o risco de inautenticidade ao mitificar o povo como sujeito heróico sua própria libertação, quando a realidade demonstra, com todas as excepções, «a relativa inércia do actor colectivo que a devia protagonizar.» (p. 36). João Gaspar Simões, por exemplo, um adversário declarado de uma arte com intuitos sociais, acusava o tom épico dos neo-realistas como fantasias mais próximas das lendas arturianas que da realidade que eles pretendiam mostrar…

Tuesday, February 02, 2010

castrianas #26 - Francisco Costa

O artista [...] deve fazer-se antes de fazer a obra: entre nós, os escritores Paço d'Arcos, Ferreira de Castro, João Gaspar Simões, Maria Archer, Alves Redol, são exemplos notórios de quanto vale a vontade de ser para operar. E se hoje não parecem universais a olhos portugueses, talvez no futuro algum crítico de além-fronteiras, cansado do que vê ao pé, sem lembre de avaliar, sem visão local, essas e outras figuras do momento literário que estamos vivendo e que não sabemos ver parce que nous sommes dedans.
Francisco Costa, «Essência e existência do romance» [1954] Diálogos Estéticos, Lisboa, Editorial Verbo, 1981, p. 77.