Esta elite, cujo núcleos iniciais se dispersavam por Coimbra, na sua maioria, mas também Vila Franca de Xira e Lisboa, manifesta-se a partir da segunda metade da década de 1930, num ambiente político, social, económico, ideológico e cultural extremamente polarizados, e disso tratará Vítor Viçoso no capítulo inicial, significativamente intitulado «A Tragédia do Mundo e o Neo-Realismo». Aí podemos seguir algumas das etapas que levam à constituição desta corrente, significativamente pontuada por condicionantes e factos importantes ou decisivos:
Wednesday, November 30, 2011
Tuesday, November 22, 2011
Vítor Viçoso, A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (2)
O autor estabelece previamente uma contextualização histórico-cultural de grande interesse e utilidade, uma vez que, como sabemos, nada nasce de geração espontânea. Há condicionantes internas e externas que são fundamentais para que elementos de uma comunidade estabeleçam entre si afinidades que posteriormente se manifestam de uma forma coerente. Desde logo uma afinidade geracional, sociológica e ideológica. E por isso, na «Introdução» somos informados de que os autores com que nos vamos defrontar pertencem a uma «elite cultural maioritariamente de origem pequeno-burguesa ou de camadas populares mais politizadas, identificadas com o marxismo ou na sua vizinhança ideológica». (p. 11)
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Thursday, November 10, 2011
A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO, de Vítor Viçoso (1)
A Narrativa no Movimento Neo-Realista – As Vozes Sociais e os Universos da Ficção, de Vítor Viçoso (Lisboa, Edições Colibri, 2011) consiste num panorama vasto da narrativa neo-realista, analisada com minúcia a partir de um conjunto de 148 títulos de bibliografia activa – corpus mais do que suficiente para determinar com segurança as linhas-de-força de uma corrente literária.
Quando falamos em narrativa neo-realista e nos seus autores, referimo-nos à mais importante corrente literária do século XX: não na poesia – apesar de Carlos de Oliveira, Mário Dionísio ou Manuel da Fonseca; não no ensaísmo e na crítica – apesar de (outra vez) Mário Dionísio, Álvaro Salema ou António José Saraiva, entre muitos outros –, mas, claramente, na ficção narrativa e, em particular, no romance. Basta lembrar os maiores: Alves Redol, Manuel da Fonseca, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, para não falar naqueles que dele se distanciaram em maior ou menor grau, como Vergílio Ferreira e José Marmelo e Silva, ou de Soeiro Pereira Gomes, que morre prematuramente apenas com um livro publicado – sem esquecer, naturalmente, Ferreira de Castro, da geração anterior, mas de quem tem sempre de ser citado com pormenor quando se aborda o neo-realismo.
(texto lido na apresentação do livro no Café Saudade, Sintra, em 21 de Outubro de 2011)
(texto lido na apresentação do livro no Café Saudade, Sintra, em 21 de Outubro de 2011)
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