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Saturday, October 26, 2013

Formosa e Segura: Andanças de Leonor em SERVIDÃO, de Assis Esperança (2)

Para trás [de Servidão, 1946] ficavam quatro romances (3), duas recolhas de contos (4) e uma peça de teatro (5); mas o longevo escritor estava ainda a cerca de trinta anos de encerrar o seu extenso percurso, assinalado por mais três longas narrativa... (6)

(3) Vertigem (1919), Viver! (1921), Ressurgir (1928) e Gente de Bem (1939).
(4) Funâmbulos (1925) e O Dilúvio (1932; 2.ª edição, 1947). O Rebanho, conto de 1922, volumino inserido na colecção «A Hora Novelesca», que publicou também Carne Faminta, de Ferreira de Castro, e O Homem Inédito, de Eduardo Frias, seria incluído na primeira colectânea.
(5) Noite de Natal(1923)
(6) Trinta Dinheiros (1958), Pão Incerto (1964; 2.ª edição, 1968), e Fronteiras (1973).

Nova Síntese - Textos e Contextos do Neo-Realismo #4, Lisboa, Edições Colibri, 2009.

Saturday, April 13, 2013

Ferreira de Castro e a II República Espanhola (2)

O jornalismo é uma actividade que Ferreira de Castro inicia ainda no Brasil, para onde emigrara muito jovem, em 1911, com doze anos e meio. Quando regressa, em 1919, retoma-a com grandes dificuldades, uma vez que era totalmente desconhecido no meio. A imprensa foi para ele a «profisão socorro» (2) que lhe permitiu dedicar-se à sua vocação literária. Até 1927. ele é um free lancer, escrevendo abundantemente para jornais do continente, ilhas e colónias, como meio de subsistência. Nesse ano -- que coincide com uma nova etapa da sua vida pessoal, o encontro copm Diana de Liz, e também com o encerramento de A Batalha,após o golpe do 28 de maio --, o jovem escritor entra para os quadros de O Século, onde permanecerá até 1934, abandonando então a vida dos jornais como profissional, saturado pelos constrangimentos impostos pela Censura do Estado novo. 

(2) Ferreira de Castro, «Origem de "O Intervalo"», Os Fragmentos, 2.ª ed., Lisboa, Guimarães & C.ª [1974}, p. 65.

in Círculo Joaquina Dorado e Liberto Sarrau -- 3.º Ciclo, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2007.

Sunday, April 08, 2012

Três escritores em tempo de catástrofe: Castro, Zweig e Eliade (4)



Escritor que se fez a si próprio, foi no Brasil que Ferreira de Castro se auto-revelou, no meio adverso de um seringal da Amazónia, entre 1911 e 1914. Será, contudo, em Belém, capital do estado paraense, que vivia ainda sob os efeitos da ressaca de uma rubber-rush -- onde permaneceu até 1919, ano do regresso a Portugal --, que o jovem literato, entretanto trabalhando na imprensa local, editará os seus dois livros iniciais (Criminoso por Ambição e Alma Lusitana, ambos de 1916). Na Biblioteca Pública da cidade, bem fornecida de literatura portuguesa e francesa, Castro tomará contacto, pela primeira vez, na maioria dos casos, com os grandes escritores das duas línguas (2), muitos dos quais permanecerão como referências sua. Falamos, naturalmente, de Zola (1840-1902), mas também de Balzac (1799-1854) e Victor Hugo (1802-1885) ou Camilo (825-1890) e Eça (1845-1900).



(2) Ver Bernard Emery, L'Humanisme Luso-Tropical selon José Maria Ferreira de Castro, Grenoble, Ellug, 1992, pp. 120-121; id., «Ferreira de Castro et la culture française», Miscelânea sobre José Maria Ferreira de Castro, Grenoble, Centre de Recherche et d'Études Lusophones et Intertropicales, 1994, pp. 53-65.


Boca do Inferno #3, Cascais, Câmara Municipal, 1998, pp. 92-93.
(também aqui)

Wednesday, March 30, 2011

Ferreira de Castro, Raul Proença e o «Guia de Portugal» (3)

Em 1921, ano em que se inicia a publicação da revista [Seara Nova], a 1.ª República estava ferida de morte. O breve consulado de Sidónio Pais fora apenas um sério aviso em face da degradação a que a burguesia jacobina tinha submetido o país, com ondas de choque de sinais contrários -- do restauracionismo monárquico (1919) às brigadas turbulentas da «leva da morte» (1918) e da «noite sangrenta» (1921). Com o país no caos e a caminho do abismo, um grupo de escol lança um programa que designa como de «salvação», em cinco pontos:

1) «Renovar a mentalidade da elite portuguesa, tornando-a capaz dum verdadeiro movimento de salvação;»
2) «Criar uma opinião pública nacional que exija e apoie as reformas necessárias;»
3) «Defender os interesses supremos da nação, opondo-se ao espírito de rapina das oligarquias dominantes e ao egoísmo dos grupos classes e partidos;»
4) «Protestar contra todos os movimentos revolucionários, e todavia defender e definir a grande causa da verdadeira Revolução;»
5) Contribuir para formar, acima das Pátrias, a união de todas as Pátrias -- uma consciência internacional bastante forte para não permitir novas lutas fratricidas». (1) 

(1) In Sottomayor Cardia (edição), Seara Nova -- Antologia -- Pela Refroma da República (1) (1921-1926), Lisboa, Seara Nova, 1971, p. 89.

 Castriana #2, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2004.

Sunday, September 05, 2010

Ferreira de Castro entre Marinetti e Kropotine (3)

Quando se publicou Orpheu (1915), Castro, com 17 anos, saíra há poucos meses do seringal amazónico com o manuscrito do primeiro romance na bagagem. Em 1919, quando regressou, ainda se sentiam os efeitos provocados pela revista de Pessoa e Sá-Carneiro -- o n.º 1 conserva-se, aliás, na sua livraria pessoal -- e não se tinha desvanecido o escândalo suscitado pela publicação de Portugal Futurista (1917).
O Escritor, #11-12, Lisboa, Associação Portuguesa de Escritores, 1998, p. 175.

Tuesday, February 16, 2010

Ferreira de Castro e a II República espanhola (2)

O jornalismo é uma actividade que Ferreira de Castro inicia ainda no Brasil, para onde emigrara muito jovem, em 1911, com doze anos e meio. Quando regressa, em 1919, retoma-a com grandes dificuldades, uma vez que era totalmente desconhecido no meio. A imprensa foi para ele a «profissão socorro»(2) que lhe permitiu dedicar-se à sua vocação literária. Até 1927, é um free-lancer, escrevendo abundantemente para jornais do continente, ilhas e colónias, como meio de subsistência. Nesse ano -- que coincide com uma nova etapa da sua vida pessoal, o encontro com Diana de Liz, e também o encerramento de A Batalha, após o golpe de 28 de Maio --, o jovem escritor entra para os quadros de O Século, onde permanecerá até 1934, abandonando então a vida dos jornais como profissional, saturado dos constrangimentos impostos pela Censura do Estado Novo.
(2) Ferreira de Castro, «Origem de "O Intervalo"», Os Fragmentos, Lisboa, Guimarães & C.ª [1974]2, p. 63.
Círculo Joaquina Dorado e Liberto Sarrau - 3.º Ciclo, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2007, p. 31.

Thursday, March 26, 2009

A Batalha, 90 anos

O último número de A Batalha (o 233 da VI série), publicado pelo Centro de Estudos Libertários (CEL), assinala os 90 anos do início da publicação do então diário da União Operária Nacional (depois, Confederação Geral do Trabalho - CGT), saído em 23 de Fevereiro de 1919, com a republicação de alguns artigos de colaboradores históricos do jornal: Alexandre Vieira, «Preparação de militantes operários» (1924); Manuel Joaquim de Sousa, «Igualdade e liberdade» (1923); Ferreira de Castro, «Os ferreiros» (1925); Julião Quintinha, «Os revolucionários em arte que são conservadores na vida social» (1925); Cristiano Lima, «A derrota dos livre-pensadores» (1925); Nogueira de Brito, «Felix Mendelssohn» (1924), e uma ilustração de Roberto Nobre de A Epopeia do Trabalho, que acompanhou o texto de Ferreira de Castro já referido.

Thursday, December 25, 2008

Ferreira de Castro e Reinaldo Ferreira -- Nota sobre a viagem do Repórter X à Rússia (1)


Publicado em Vária Escrita, n.º 5, Sintra, Câmara Municipal, 1998

Está por fazer o estudo sistemático da actividade jornalística de Ferreira de Castro (1898-1974), iniciada no Brasil em 1915, no Jornal dos Novos, de Belém do Pará, retomada em Lisboa, quando fundou O Luso (1920), e terminada n'O Século em 1934, com um remate final como director de O Diabo, entre 8 de Setembro e 10 de Novembro do ano seguinte. Pelo meio, entre as dezenas de títulos em que colaborou, deve registar-se a importante experiência do semanário Portugal (1917-1919), destinado à comunidade portuguesa de Belém, de que foi co-director; A Batalha, órgão sindicalista da Confederação Geral do Trabalho, dirigido por Alexandre Vieira (1884-1973) e o quinzenário Renovação, também da C.G.T., com Pinto Quartim (1887-1970) na direcção; as revistas ABC, de Rocha Martins (1879-1952), e Civilização, que com Campos Monteiro (1876-1934) lançou e dirigiu entre 1928 e 1930.