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Saturday, April 11, 2015

Ferreira de Castro nos dicionários (14): posição relativa no Dicionário de Literatura, de Jacinto do Prado Coelho,

João Pedro de Andrade
(Júlio Dinis + Uma Família Inglesa + A Morgadinha dos Canaviais + As Pupilas do Senhor Reitor) -- 210,2 cm: autores: Túlio Ramires Ferro e Luiz Forjaz Trigueiros [As Pupilas...])
1. Aquilino Ribeiro + Terras do Demo + O Malhadinhas -- 106,5 cm. (autor: João Pedro de Andrade)
2. Ferreira de Castro + A Selva -- 91 cm. (autor: João Pedro de Andrade)
3. José Rodrigues Miguéís -- 48 cm. (autor: José Palla e Carmo)
4. Maria Archer
  . Fernando Namora
  . Joaquim Paço d'Arcos
  . Alves Redol
  . Manuel Ribeiro (remissão para entradas com sínteses de conjunto: "Contemporâneos", "Neo-Realismo", etc.)
 9. Assis Esperança (sem qualquer remissão, três referências no índice onomástico)

Friday, April 10, 2015

Ferreira de Castro nos dicionários: (13): o Dicionário de Literatura, dirigido por J. Prado Coelho

Dirigido por Jacinto do Prado Coelho, e editado pela portuense Livraria Figueirinhas, compreende as literaturas portuguesa, brasileira e galega e ainda a estilística literária. Dos autores que seleccionei para esta sondagem, apenas três -- Castro, Aquilino e Miguéis (além de Júlio Dinis) -- têm entrada própria, a que acresce, com excepção de Miguéis, verbetes sobre alguns títulos, como veremos no próximo post.
Há 23 anos publiquei uma carta de João Pedro de Andrade a Ferreira de Castro, pedindo-lhe, em 1955, elementos para este dicionário*, que só seria editado por volta de 1960. Andrade, um excelente crítico e importante dramaturgo era um velho conhecimento de Ferreira de Castro, desde o tempo da revista A Hora (1922).
Do verbete sobre Ferreira de Castro (vol. I), informativo e biográfico como lhe cumpria, destaco a concisa análise das obras da primeira fase, pré-Emigrantes para o primeiro grupo romanesco do autor: «Ao inconformismo que se afirmava, através dum estilo imaginoso, em rebeldia por vezes destrutiva, sucede uma fase caracterizada pelo humanismo dos temas e pela atitude compreensiva, que não exclui combatividade implícita na objectividade quase fotográfica, com muito de reportagem.» Faltou-lhe, porém, a referência ao outros aspecto fundamental da obra castriana, o perscrutar da mentalidade de hoje e de sempre do Homem, aspecto que torna os romances de Ferreira de Castro não apenas um acervo realista duma certa época histórica, mas também uma sondagem psicologicamente fina do comportamento humano.
A entrada sobre A Selva  (vol. IV) é plenamente conseguida na exposição concisa das linhas de força da narrativa, bem como na caracterização estilística da obra.
Socorro-me da 4.ª edição, de 1980.

*100 Cartas a Ferreira de Castro, Sintra, Câmara Municipal / Museu Ferreira de Castro, 1992.

Thursday, December 20, 2012

Ferreira de Castro e João Pedro de Andrade (4)

Outro factor de proximidade entre o romancista e o ensaísta foi a admiração que ambos nutriram por Raul Brandão. Andrade é, como se sabe, autor de um excelente estudo biográfico sobre o autor do Húmus; quanto a Ferreira de Castro, que com ele privou, desde cedo proclamou o seu entusiasmo por esse escritor singular (logo em 1922, nas páginas de A Hora), num texto admirável, dizendo então não conhecer Raul Brandão nem desejar conhecê-lo pessoalmente, pois temia que alguma mesquinhez do Brandão homem pudesse toldar a admiração que ele tinha pelo Brandão escritor... (1) Foi, porém, este mesmo texto que esteve na origem de uma amizade entre Ferreira de Castro e o autor português que mais profundamente o impressionou, como já há muitos anos Jorge de Sena assinalou e nós próprios tivemos oportunidade de recentemente desenvolver. (2)

(1) Ver Ferreira de Castro, «Os grandes peninsulares -- Raul Brandão», Mas..., Lisboa, 1921, [1922] pp. 32-32. 
(2) Ver Ricardo António Alves, «"A cruel indiferença do Universo: Raul Brandão e Ferreira de Castro», Castriana #1, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2002, pp. 111-132.

in João Pedro de Andrade -- Centenário do Nascimento (1902-2002), Lisboa, Câmara Municipal / Hemeroteca Municipal, 2004.

Tuesday, January 18, 2011

Ferreira de Castro e João Pedro de Andrade (3)

No decorrer dos trabalhos para este Centenário, verificámos que existiu também uma ligação a Sintra, na década de 60, quando Andrade arrendou uma casa na Vila Velha, mais concretamente na Rua da Pendoa, a meio caminho do local em que hoje estamos e o velho Hotel Neto, onde Castro costumeiramente se hospedava.
Na última carta conhecida de João Pedro de Andrade, de 3 de Novembro de 1964, este informa Ferreira de Castro estar aos fins-de-semana num «tugúrio» que por cá arrendara:
Passo grande pedaços no café Paris, depois do almoço e do jantar, a caturrar com um velho amigo. E tenho devassado aquelas estradas e veredas saudavelmente a pé. (Pertenço à minoria dos portugueses que não têm automóvel.)1


1Lisboa, 3 de Novembro de 1964 -- MFC/B-1/2096/Cx.176/Doc.19/Ms.


João Pedro de Andrade, Centenário do Nascimento (1902-2002), Actas & Colóquios da Hemeroteca #2, Lisboa, Câmara Municipal, 2004.

Wednesday, June 16, 2010

Os Melhores Contos Portugueses

João Pedro de Andrade (edição), Os Melhores Contos Portugueses -- 3.ª Série, Lisboa, Portugália Editora, 1959.
Autores antologiados: Guedes de Amorim, Garibaldino de Andrade, Mário Braga, Luís Cajão, Brito Camacho, Ferreira de Castro, Amândio César, Ramos da Cunha, Júlio Dantas, Adelaide Félix, Armando Ventura Ferreira, Vergílio Ferreira, Maria da Graça Freire, Natércia Freire, Rogério de Freitas, Vergílio Godinho, Patrícia Joyce, Ilse Losa, Agustina Bessa Luís, Manuel Mendes, Bourbon e Meneses, Fernando Namora, Natália Nunes, Manuel de Campos Pereira, José Cardoso Pires, Manuela Porto, Santana Quintinha, Armindo Rodrigues, Urbano Tavares Rodrigues, Antunes da Silva e António Vitorino.
O conto de Ferreira de Castro é «O Senhor dos Navegantes».

Monday, November 16, 2009

Ferreira de Castro e João Pedro de Andrade (2)

Este relacionamento esteve sempre presente ao longo dos anos, como comprova o espólio do autor de Eternidade. À existência de 19 espécimes de correspondência, entre 1922 e 1964, soma-se um conjunto de cinco livros com dedicatória autógrafa que ficaram na pequena parte da sua biblioteca pessoal destinada a este Museu. São eles: Teatro (1941); O Problema do Romance Português Contemporâneo (1942); Os Melhores Contos Portugueses (1959) -- antologia em que Castro figura com O Senhor dos Navegantes; Raul Brandão; e O Diabo e o Frade (ambos de 1963). De Castro para Andrade, conhecemos, por gentileza dos seus herdeiros e descendentes, a 6. edição de A Lã e a Neve e a 4.ª de A Curva da Estrada (as duas de 1951); a edição «Portinari» de A Selva (1955); e a 1.ª edição de O Instinto Supremo (1968). Entendimento que se traduziu significativamente no facto de João Pedro de Andrade ter sido o autor dos verbetes sobre Ferreira de Castro e A Selva para o importante Dicionário das Literaturas Portuguesa, Brasileira e Galega (1960), dirigido por Jacinto do Prado Coelho. (1)

(1) Sobre o assunto, ver a carta de Andrade ao seu biografado, datada de Lisboa, em 7 de Outubro de 1955, apud Ricardo António Alves, 100 Cartas a Ferreira de Castro, Sintra, Câmara Municipal / Museu Ferreira de Castro, 1992, pp. 141 e 142.
Centenário de João Pdedro de Andrade, coordenação de João Marques de Almeida, Actas & Colóquios da Hemeroteca, Lisboa, Câmara Municipal, 2004, pp. 138-139.

Friday, March 13, 2009

Ferreira e Castro e João Pedro de Andrade (1)

Publicado em João Pedro de Andrade -- Centenário do Nascimento, Actas & Colóquios da Hemeroteca, n.º 2, Lisboa, Câmara Municipal, 2004 (1)
1. É com alegria que o Museu Fereira de Castro se associa às comemorações do 1º Centenário do Nascimento de João Pedro de Andrade. Iniciativa que tem toda a razão de ser, uma vez que entre Ferreira de Castro e João Pedro de Andrade se estabeleceu um longo convívio intelectual, iniciado logo no princípos dos anos 20, quando o futuro crítico e dramaturgo, então um jovem poeta, bate à porta da revista A Hora -- dirigida e quase toda ela elaborada por Castro --, pedindo a publicação de versos seus, o que veio a suceder em duas ocasiões. (2)
(1) Conferência realizada a 26 de Outubro de 2002, no Museu Ferreira de Castro, em Sintra, tendo sido oradores Miguel Real e Ricardo António Alves.
(2) Ver A Hora, nº 2, Lisboa, 19 de Março de 1922 -- João Pedro de ANDRADE, «À ventura»; A Hora, n.º 6, 23 de Abril de 1922 -- João Pedro de ANDRADE, «Crepusculo». A publicação, com o subtítulo Revista-panfleto de Arte, Actualidades e Questões Sociais, saía aos domingos. Publicaram-se apenas 6 números, entre 12 de Março e 23 de Abril de 1922. O Museu Ferreira de Castro tem a colecção completa à consulta. Ver também o verbete e Daniel Pires «Hora (A)», Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1900-1940), Lisboa, Grifo, 996, pp. 189-190.
(continua)

Thursday, November 27, 2008

castrianas #10 - João Pedro de Andrade

Os probemas económico-sociais não foram, está bem de ver, introduzidos na literatura pelos neo-realistas. Eles atravessam a obra de Raul Brandão (que seria considerado idealista pelos neo-realistas, se o tivessem lido), estão no Aquilino Ribeiro de Terras do Demo e A Batalha Sem Fim, mau grado o sentido pitoresco e o culto dos valores verbais, e, finalmente, no Ferreira de Castro de Emigrantes, A Selva e Terra Fria, para só falar em algumas das suas obras anteriores ao advento do neo-realismo. No entanto, pela sua atitude deliberada de intervenção, só este último havia de ser considerado percursor da nova tendência.
Ambições e Limites do Neo-Realismo Português [1955], edição de Joana Marques de Almeida, Lisboa, Acontecimento, 2002, p. 31.