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Friday, July 17, 2015

E de «Ecos da Semana» - para um Dicionário de Ferreira de Castro

Designação de uma coluna que Ferreira de Castro publicava no suplemento cultura de A Batalha, entre 1924 e 1926, textos que em boa hora foram reunidos em livro pelo Centro de Estudos Libertários, pela mão de Luís Garcia e Silva, em 2004. Castro a comentar o momento. Essencial.

(a desenvolver)

bibliografia: a minha recensão na Castriana #3 (um cheirinho aqui)

Tuesday, April 14, 2015

Ferreira de Castro nos dicionários (15) - o Dicionário Biográfico Universal de Autores

João Palma-Ferreira
O Dicionário Biográfico Universal de Autores é um projecto da Artis, a partir da matriz italiana da Bompiani. Dicionário em cinco volumes, a parte luso-brasileira esteve a cargo de Luís de Albuquerque, Luís de Freitas Branco, Jacinto do Prado Coelho e Armando Vieira Santos. A publicação, inusitadamente longa, prolongou-se por 16 anos, entre 1966 e 1982.

O autor da entrada sobre Ferreira de Castro (vol. II, 1970) foi João Palma-Ferreira. A sua redação será anterior a 1963, uma vez que nem As maravilhas Artísticas o Mundo  nem O Instinto Supremo são referidos. Dela, importa-me destacar o seguinte: 

1) o relevo que dá à importância do escritor no âmbito da literatura de viagens -- nomeadamente A Volta ao Mundo --, género de tradição secular na cultura portuguesa; 

2) o enfoque no carácter dilemático, psicológico, na obra romanesca de Ferreira de Castro, neste passo que já citei por várias vezes noutras ocasiões, mas que -- até pela sua argúcia e pertinência -- volto a citar: «[...] é Ferreira de Castro o primeiro escritor ficcionista moderno que, em Portugal, se preocupa em colocar o leitor no centro de um problema de que foi obrigado a fazer prévia participação e de onde extraiu, pelo menos, um complexo de situações profundamente dramáticas e pessoais.» Curiosamente, as reservas expostas quanto ao estilo e à concretização narrativa não são da sua pena, mas referência ou citação de Óscar Lopes, que foi sempre ambivalente quanto a Ferreira de Castro. E se escrevo 'curiosamente' é por me parecer que Palma-Ferreira tinha bagagem teórica e conceptual, além  de estatuto, suficientes, já em 1970, para dispensar-se de tutelas.

3) uma originalidade, no âmbito destes verbetes para dicionários e enciclopédias, que é a sinalização de datas fundamentais no seu percurso literário, bem demarcadas quanto ao significado que encerram -- 1924, 1928 e 1944 -- com as quais, porém parcialmente discordo: 

Estou em desacordo quanto à primeira pois para o ensaísta, 1924 assinala na ainda incipiente obra castriana uma «produção de implicação simultaneamente social e psicológica». Quanto a mim, nada há distinga a ficção publicada anteriormente (mesmo sem irmos às primícias no Brasil). Creio, aliás, que só indirectamente Palma-Ferreira terá tido conhecimento desses títulos iniciais; 1928, claramente, é o ano de Emigrantes, e portanto uma data decisiva (embora, para mim, mais decisivo tenha sido 1927); já 1944, ano da conclusão da edição de a Volta ao Mundo, compreendendo-se na intenção de salientar do lugar de Ferreira de Castro na literatura de viagens, seria preferível, do meu ponto de vista, a sua antecipação para 1939, ano em que realizou o périplo, na companhia de Elena Muriel, servindo também como charneira entre Pequenos Mundos e Velhas Civilizações e A Volta ao Mundo.

Saturday, August 03, 2013

Recensão a ECOS DA SEMANA -- A ARTE, A VIDA E A SOCIEDADE» (3)

O livro que agora se nos apresenta respeita ao período de 1924-1926, anos em que Castro era um jornalista free-lancer, e colige apenas a sua coluna regular de «Ecos da Semana -- A arte, a vida e a Sociedade». De fora ficou, infelizmente, um outro potencial volume, pelo menos de dimensão semelhante, de textos, ensaio e crítica. Recordemos que foi também aqui que Castro e Nobre publicaram, em 1925, A Epopeia do Trabalho, escritos e desenhos reunidos em livro no ano seguinte. Esta circunstância de independência em relação a entidades patronais que Castro manteve até 1927, ano em que ingressou nos quadros de O Século, se, por um lado, poderia induzir os mais cínicos a verem nestes textos qualquer espécie de lisonja ao público-alvo de A Batalha, a sua obra, coeva e posterior, desmente-o, de tal forma está impregnada dos valores libertários expressos no jornal, e bem assim o seu trajecto cívico e político até ao 25 de Abril de 1974. Em Fevereiro de 1926, de resto, Castro deixaria claro, numa nota oportunamente transcrita por L. Garcia e Silva na contracapa deste livro: «Eu escrevo em muitos jornais -- e em todos eles com independência. Mas há um apenas em que eu me sinto verdadeiramente livre, um apenas em que eu julgo não serem efémeras as minhas ideias, os meus períodos, as minhas palavras -- é neste. É n'A Batalha.

(continua)

Castriana #3, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2007

Monday, February 27, 2012

aproximava-se o 1.º Centenário de Camilo Castelo Branco

O que se tem feito com Camilo! O cadáver deste homem tem dado para alimentar legiões de medíocres, que nunca teriam nome, nem editor, nem leitores, se não se acolhessem à sombra trágica do romancista. (A Batalha, 22 de Dezembro de 1924)

Ecos da Semana -- A Arte, a Vida e a Sociedade, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2004, p. 6.

desenho de Tòssan
(também aqui)

O barão de Wrangel

Ferreira de Castro sobre o barão Piotr de Wrangel, um dos mais emblemáticos generais do Exército Branco, derrotado na guerra civil russa pelo Exército Vermelho, de Trotsky, n'A Batalha de 15 de Dezembro de 1924:
«Esse palhaço disfarçado de Marte, não deixa extinguir seu ódio ao novo regime russo, não pelo regime em si, mas porque supõe ver nele a encarnação da Liberdade.» 

Ecos da Semana -- A Arte, a Vida e a Sociedade, introdução e notas de Luís Garcia e Silva, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2004, p. 4.
(também aqui)

Friday, January 29, 2010

Ferrer

O último número de A Batalha (237, Nov.-Dez. 2009), jornal editado pelo CEL - Centro de Estudos Libertários, evoca Francesc Ferrer i Guàrdia (1859-1909), a propósito do colóquio realizado no Museu da República e Resistência, comemorando o sesquicentenário do nascimento e assinalando o centenário do seu fuzilamento.
Entre outro material, republica o texto de Ferreira de Castro, «A morte dos apóstolos -- e o triunfo das suas ideias», saído no «Suplemento Semanal Ilustrado» n.º 46, em 23 de Outubro de 1924, exactamente 25 anos depois da morte trágica do pedagogo da Escola Moderna.

Saturday, May 23, 2009

Da ABC

Mais presentes da T, aqui e aqui, velho material da revista ABC, dos anos 20, com destque para este texto sobre o Stuart.

Tuesday, April 14, 2009

Contra as Touradas

Contra as Touradas, edição de Luís Garcia e Silva, Cadernos d'A Batalha, Lisboa, 2002.
Artigos do Suplemento Semanal Ilustrado de A Batalha, por Ferreira de Castro [A morte do touro»], Mário Domingues, Carvalhão Duarte, Adelaide Cabete, Voz que Clama no Deserto (Jaime Brasil), Serra Frazão, Abilos, Cristiano Lima, Grupos Os Rebeldes e Labareda, e da Redacção, publicado entre 1924 e 1926.

Saturday, March 21, 2009

Raul Proença, Ferreira de Castro e o Guia de Portugal (1)

Publicado em Castriana, n.º 2, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2004
A edição, em 1924, do primeiro tomo do Guia de Portugal -- Generalidades -- Lisboa e Arredores, dirigido e organizado por Raul Proença (1884-1941), é um dos mais nítidos exemplos do intelectual em acção, de acordo com o ideário seareiro de que o publicista foi o mais acérrimo propagandista.
(continua)

Saturday, October 04, 2008

correspondências - Jaime Brasil

Meus caros Ferreira de Castro e Eduardo Frias:


Recebi o vosso livro*. Muito obrigado por vos terdes lembrado de mim. A mim, q. tão afastado ando dos cenáculos literários e q. nas galés do jornalismo sou o último dos últimos, sensibilizou-me a vossa gentil manifestação de camaradagem espiritual. E porque entendo bem o altivo grito de angústia, erguido nas primeiras páginas do livro, aqui vos dou, irmãmente, o abraço q. traduz a minha admiração pelo vosso talento e a minha solidariedade nessa nobre revolta, contra o existente, o convencional, o medíocre.

[20-VI-1924]


* Eduardo Frias e Ferreira de Castro, A Boca da Esfinge, Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1924
Jaime Brasil, Cartas a Ferreira de Castro, apresentação, transcrição, notas e posfácio de Ricardo António Alves, Sintra, Câmara Municipal/Museu Ferreira de Castro e Instituto Português de Museus, 2006, p. 11.