Monday, July 26, 2010

Ferreira de Castro e Reinaldo Ferreira -- Nota sobre a viagem do Repórter X à Rússia

Este período [o da actividade jornalística de Ferreira de Castro] corresponde grosso modo à escrita das primeiras ficções; e também a um tempo em que nas redacções nasceram amizades que ficarão para sempre: Jaime Brasil (1896-1966), Reinaldo Ferreira (1897-1935). E foi evocando este último, um ano após a sua morte e já desligado da profissão, que o autor de O Intervalo dela falou -- como só voltaria a fazê-lo no início da década de setenta, em tempo de balanço final. (1)

(1) Ver Ferreira de Castro, «Reinaldo Ferreira», A Unidade Fragmentada. Dispersos de Ferreira de Castro, introdução e antologia por Ricardo António Alves, Vária Escrita, #3, Sintra, Câmara Municipal, 1996, pp. 161-164.

Vária Escrita, n.º 5, Sintra, Câmara Municipal, 1998, pp. 257-258.

Sunday, July 18, 2010

A Nova Geração: mais um presente da T

Grande parte dos companheiros de Ferreira de Castro, na década de 1920, está aqui. A ausência de Jaime Brasil é talvez a mais notória (também não me chocaria ver aqui Tomás Ribeiro Colaço, por exemplo); Roberto Nobre, nascido em 1903, era o mais novo e estaria ainda no Algarve. E faltam as mulheres: Fernanda de Castro, Judite Teixeira, Maria Archer...
Obrigado,T http://diasquevoam.blogspot.com/2010/07/nova-geracao.html (o Google Chrome enlouquece-me!), mais uma vez.

Wednesday, July 14, 2010

Matilde Rosa Araújo e Ferreira de Castro, na evocação de José Carlos de Vasconcelos

[...] em 1966, já em Lisboa, tive mais contacto com a Matilde por ser uma das promotoras, com Álvaro Salema, de uma homenagem nacional a Ferreira de Castro, na qual me convidaram para falar, em represetação dos jovens escritores. / O autor de A Selva, sobre ser então o mais famoso, nacional e internacionalmente, escritor português, era também um certo símbolo da luta pela democracia e a favor dos deserdados que povoam os seus romances. Conheci então a mulher e a escritora de uma exemplar fidelidade ou até devoção aos seus amigos, não só capaz de uma grande admiração como gostando de admirar e com um agudo sentido da homenagem: a Matilde generosa que todos que a conheceram sabem foi assim ao longo de toda a vida. [..]

José Carlos de Vasconcelos, «O "retrato" da bondade», JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias, #38, Lisboa, 14 de Julho de 2010.
Foto de Matilde, não datada, no JL hoje.
Na estante, A Selva, edição Pomar, 1974.

Tuesday, July 13, 2010

Antologia da Terra Portuguesa -- Trás-os-Montes e Alto Douro

edição de Amândio César
Venda Nova, Livraria Bertrand, s.d.
excerto de Terra Fria, pp. 165-169
Autores antologiados: Guedes de Amorim, Sophia de Mello Breyner Andresen, Humberto Beça, Mário Beirão, Abel Botelho, Mário Gonçalves Carneiro, Ribeiro de Carvalho, Camilo Castelo Branco, Augusto de Castro, Ferreira de Castro, Henrique Trindade Coelho, Trindade Coelho, João de Araújo Correia, Virgílio Correia, Emília de Sousa Costa, Sousa Costa, Afonso Duarte, Conde da Ericeira, Antero de Figueiredo, Gulherme Gama, Visconde de Gouvêa, Luís de Oliveira Guimarães, Alexandre Herculano, Fausto José, Alberto Lopes, Fernão Lopes, Agustina Bessa Luís, Armando de Matos, Adelino Mendes, Campos Monteiro, Domingos Monteiro, Manuel Monteiro, Graça Pina de Morais, Pina de Morais, Trigo de Negreiros, António Nobre, Vicente Novaes, Águedo de Oliveira, Ramalho Ortigão, Joaquim Paço d'Arcos, Teixeira de Pascoais, Valente Perfeito, Alberto Pimentel, António Eça de Queirós, Alves Redol, António Batalha Reis, Aquilino Ribeiro, Manuel António Ribeiro, José Júlio Rodrigues, Abel Salazar, Alberto de Serpa, Rebelo da Silva, Frei Luís de Sousa, Fausto Guedes Teixeira, Miguel Torga.

Wednesday, July 07, 2010

Literatura, Artes e Identidade Nacional -- Do Modernismo à actualidade (3)

Este período viu surgir e passar o Modernismo da Geração de Orpheu, com as suas inovações formais, imbuído de um espírito cosmopolita e citadino, acompanhado de atitudes provocatórias e mesmo escandalosas (4) -- refractário, portanto, ao sereno, sério e algo sectário projecto de regeneração pátria, protagonizado pelo Saudosimo de Pascoaes, n' A Águia (5), o 2.º Modernismo, ou presencismo, veiculado principalmente pela revista coimbrã presença (1927-1940), de José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e Adolfo Casais Monteiro, entre muitos outros, defendendo a excepcionalidade de cada criador e a independência da arte perante os vários poderes; o Neo-Realismo, defensor do carácter social da arte, que se publicou em periódicos como O Diabo, Sol Nascente, Vértice, assinalando-se Gaibéus, o romance inicial de Alves Redol, de 1939, como o primeiro marco desta corrente; o Surrealismo, que surge tardiamente, em 1947 -- vinte e três anos depois do 1.º Manifesto de André Breton --, em torno da figura carismática de António Pedro.

(5) Ver Clara Rocha, Revistas Literárias do Século XX em Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985, p. 234; e A. J. Saraiva e Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa, 16. edição Porto, Porto Editora, s.d., pp. 1039-1040.
(6) No opúsculo O Espírito Lusitano ou o Saudosismo (1912), Pascoais fala no «estrangeirismo desnacionalizador» e refere-se, com acinte, a «pseudo-portugueses que não crêem na existência de uma alma portuguesa original», in A Saudade e o Saudosismo, compilação, introdução, fixação do texto e notas de Pinharanda Gomes, Lisboa, Círculo de Leitores, 1990, p. 52.


Literatura, Artes e Identidade Nacional -- «Do Modernismo à Actualidade», separata das Actas dos 3.ºs Cursos Internacionais de Verão de Cascais - 1996, Cascais, Câmara Municipal, 1997, pp. 183-184.

Tuesday, July 06, 2010

Matilde Rosa Araújo

Matilde Rosa Araújo, morreu esta madrugada na sua casa em Lisboa, cidade que a viu nascer em 20 de Junho de 1921. Escritora, distinguiu-se sobretudo na área infanto-juvenil, com títulos como O Livro de Tila (1957) ou O Palhaço Verde (1962).
Foi uma grande amiga de Ferreira de Castro, amizade que se estendeu ainda para além da morte (era presença assídua no júri do Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro), e esteve com o escritor na direcção da Sociedade Portuguesa de Escritores (SPE) -- que viria a ser extinta pelo regime salazarista e vandalizada pela Legião Portuguesa, na sequência da atribuição do prémio de novelística a Luuanda, de José Luandino Vieira, militante do MPLA, então preso no Tarrafal --, entre 1962 e 1964. A SPE fora fundada por Castro (associado #2) e por Aquilino (associado #1).
A direcção a que Ferreira de Castro presidiu e Matilde integrou teve ainda a participação de João José Cochofel, Manuel Ferreira e Manuel da Fonseca.
(outro post, aqui)

Monday, July 05, 2010

Rocha Peixoto, OS PUCAREIROS DE OSSELA (1908)

Para as efectuar [as decorações] o oleiro dispõe de várias pintadeiras. E a pintadeira é um cone recto de madeira muito alongado (eixo = 0,1 m; diâmetro da circunferência da base = 0,015 m), com entalhas mais ou menos numerosas e profundas na periferia da base. Tomando o utensílio pelo vértice e fazendo-o correr pela gola ou bojo, realizando, a um tempo, sucessivos movimentos de rotação, assim se imprimem, consoante o modelo ou fantasia do louceiro, as decorações incisas e interrompidas: só gravam, e bem claro, as saliências das entalhas. Os símiles encontram-se na conteira de Prado (Portugalia, I, 238) e num utensílio análogo usado pelo ceramista romano.


Rocha Peixoto, Etnografia Portuguesa, edição de Flávio Gonçalves, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1990, p. 316.

Sunday, July 04, 2010

A Noite

No blogue sobre Bernardino Machado, uma foto do edifício do jornal A Noite, do Rio de Janeiro, para o qual Ferreira de Castro escreveu várias crónicas, inclusive durante a sua volta ao mundo, em 1939.