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Thursday, May 21, 2015

Castro e Cendrars


Num livro póstumo de Louis Parrot (1906-1948), na suculenta colecção «Poètes d'Aujourd'hui» da Seghers (vol. 11) sobre Blaise Cendrars (Paris, 1948), (são também de sua autoria os volumes 1 e 7, respectivamente sobre Éluard e Lorca), leio sobre a influência que a leitura de Ferreira de Castro provocaram em poemas de temática brasileira de Feuilles de Route ou em narrativas como «En trasantlantique dans la Forêt» -- tudo a ler cum granum salis, como se voltou a dizer:

«Dans sa descritption de la forêt, Blaise Cendrars atteint à la puissance d'um Ferreira da [sic] Castro, l'un des plus grands écrivains d'aujourd'hui, le Kipling portugais, qui très pauvre, partit à douze ans pour le Brésil, y connut la vie des plus misérables émigrants, des "seringueiros", et nous donne dans son chef-d'oeuvre, A Selva, La Forêt Vierge, le témoignage d'un homme tout pénétré de souffrance et d'amour [...] Da [sic] Castro a trouvé en Cendrars un égal, un homme qui, sans avoir la même expérience de la vie brésillienne, en a su cependant comprendre tout l'essentiel.» (pp. 66-67)
É de notar que a notoriedade de Ferreira de Castro em França era então grande -- foi nesse ano feito sócio-honorário da Socité des Gens de Lettres de Paris -- fundada por Balzac, Hugo, Dumas e George Sand, sendo à época presidida por Maurice Bedel. Ainda hoje, a França é o país em que Castro está mais presente, mais ainda do que no próprio Brasil, se exceptuarmos a região amazónica e as cidades de Belém e Manus.

Thursday, June 18, 2009

outras palavras - Jaime Brasil, CHALOM!... CHALOM!... -- UMA REPORTAGEM NA PALESTINA (1948)

LIMIAR
Na hora precedente à da decisão internacional sobre a sorte da Palestina, «O PRIMEIRO DE JANEIRO» teve a iniciativa de mandar fazer uma reportagem na chamada Terra Santa.* Iniciativa duplamente corajosa, pois em Portugal não há o hábito dos grandes inquéritos internacionais. Foi ainda um acto de coragem escolher o signatário, para o enviar em missão tão delicada. A falta de treino, se outras razões não houvesse, poderia tornar a sua tarefa num malogro. Mais de um quarto de século de actividade jornalística, se lhe dava alguma experiência do trabalho redactorial, poderia ser uma contra-indicação para a reportagem. Esta requer juventude, agilidade de movimentos e uma certa pureza de visão ante o espectáculo do mundo.
* As crónicas de reportagem foram publicadas n'O Primeiro de Janeiro entre 8 de Fevereiro e 18 de Março de 1947. (R.A.A.)
Jaime Brasil, Chalom!... Chalom!... -- Uma Reportagem na Palestina, Porto, Editorial «O Primeiro de Janeiro», 1948