Saturday, September 30, 2006

Terre Froide

Grasset, Paris, 2003
(tradução de Louise Delapierre, 1947)

Monday, September 25, 2006

Saturday, September 16, 2006

Uma entrevista



Fernando Dacosta entrevista Ferreira de Castro na esplanada da pastelaria «Veneza», na Avenida da Liberdade (1967)

Fonte: Fernando Dacosta, «Viver com gentileza -- Autobiografia», JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias , Lisboa, 17 de Agosto de 2005, p. 36

Memória #2 - Fernando Dacosta com Castro e Assis na «Veneza»

Encontrava-me com Ferreira de Castro depois de almoço, na Veneza, pastelaria da Avenida da Liberdade. Assis Esperança era-lhe uma companhia diária, quase um «duplo» nas palavras, nas ilusões, nas ironias, nas fantasias. «Este café é um pouco a minha casa. Há anos, sempre que estou em Lisboa, que aqui venho.» Sereno, imperturbável, o autor de A Selva conversava por igual com quem se lhe sentasse à mesa, se lhe dirigisse na rua, o questionasse em conferências, o abordasse em livrarias. Ouvia, e fazia ouvir-se, sem esforço, sem enfado, fato e gravata cinzentos, chapéu na cabeça, imaginação na distância, bondade no coração.
[...] A meio da tarde, Ferreira de Castro levantava-se, subia a rua, chalaceava (quando a via, à passagem pelo Tivoli) com Beatriz Costa e, sempre a pé, sempre devagar, sempre afectuoso, rodava a Praça do Marquês de Pombal sumindo-se num pequeno hotel (onde se resguardava com a mulher, a pintora Elena Muriel) trocado frequentemente por Sintra. Em Sintra estão, aliás, o seu museu e as suas cinzas.

Fernando Dacosta, Nascido no Estado Novo, Lisboa, Editorial Notícias, 2001, pp. 186-187