Também briguei muito pelo livro português. Naquele tempo [década de 1930] havia verdadeiros intercâmbios entre intelectuais brasileiros e escritores portugueses; foi uma coisa que com o tempo se perdeu muito, mas que existia então. Havia um interesse político comum: a luta contra o salazarismo. É desta época [1934] que data a minha amizade com Ferreira de Castro e com vários outros escritores portugueses.
De uma maneira geral, essa proximidade diminuiu logo em seguida; actualmente está voltando um pouco, mas está longe de ser aquela fraternidade que existia entre os escritores do neo-realismo português e os escritores brasileiros dos anos 30. Havia grandes trocas, grandes vínculos, tanto intelectuais quanto afectivos.
Jorge Amado, Conversas com Alice Raillard, tradução de Annie Dymetmann, Porto, Edições Asa, 1992, p. 97.
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