Thursday, November 27, 2008

castrianas #10 - João Pedro de Andrade

Os probemas económico-sociais não foram, está bem de ver, introduzidos na literatura pelos neo-realistas. Eles atravessam a obra de Raul Brandão (que seria considerado idealista pelos neo-realistas, se o tivessem lido), estão no Aquilino Ribeiro de Terras do Demo e A Batalha Sem Fim, mau grado o sentido pitoresco e o culto dos valores verbais, e, finalmente, no Ferreira de Castro de Emigrantes, A Selva e Terra Fria, para só falar em algumas das suas obras anteriores ao advento do neo-realismo. No entanto, pela sua atitude deliberada de intervenção, só este último havia de ser considerado percursor da nova tendência.
Ambições e Limites do Neo-Realismo Português [1955], edição de Joana Marques de Almeida, Lisboa, Acontecimento, 2002, p. 31.

Wednesday, November 26, 2008

Ferreira de Castro na "Cidade de Lilipute" (1)

Apresentação do capítulo sobre a China de A Volta ao Mundo, publicado em Macau pela Câmara Municipal das Ilhas, Taipa, 1998 -- ano do centenário do nascimento do escritor. (Existe edição em cantonês, com tradução de Chau Heng Chon)
No romance português, há um antes e um depois de Ferreira de Castro (1898-1974). Este escritor autodidacta, de origens camponesas humildes, nascido no litoral centro[-norte] de Portugal, emigrado aos doze anos incompletos, só, para o Brasil, onde trabalhou num seringal, em plena Amazónia (1911-1914), e depois como afixador de cartazes, marinheiro e, por fim, jornalista, em Belém do Pará, em cuja biblioteca leu avidamente Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, Balzac e Zola, Nietzsche e Gorki; o literato que após o regresso ao seu país continuou no jornalismo, apenas como meio de sustento que lhe possibilitasse escrever os seus primeiros livros; o jovem Ferreira de Castro, aos trinta anos, com o livro Emigrantes (1028), mudou o rumo da ficção narrativa portuguesa, passando a ser uma das figuras de proa -- ou a figura de proa -- entre os finais dos anos vinte e a primeira metade da década de cinquenta.
(continua)

Sunday, November 09, 2008

Ferreira de Castro, entre Marinetti e Kropotkine (1)

Publicado em O Escritor, n.º 11/12, Lisboa, Associação Portuguesa de Escritores, 1998
"O que este livro tem, para mim, de menos
grato é precisamente não se parecer com
nenhum dos meus outros livros, é ser
demasiado humano -- é não possuir nada
de excepcional. Procurei o 'caso' mais
frequente, o personagem-multidão. [...] ele
aqui fica, em nome da solidariedade humana.»
Nota final à 1.ª edição de Emigrantes (1928)
Quando Ferreira de Castro publicou Emigrantes, dando à estampa algo de diferente no romance português, sentiu aquela incomodidade de quem se vê obrigado a arrepiar caminho, impelido por uma força (um valor, uma causa) mais poderosa.
(continua)

Sunday, November 02, 2008

"A Batalha: 90 Anos de Imprensa Sindicalista»

Dia 4 (Obama's Day, I hope...), irei falar um pouco sobre a revista Renovação, publicada entre Julho de 1925 e Junho de 1926, pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a colaboração de Ferreira de Castro nela. Na Biblioteca-Museu República e Resistência, pelas 18.30h.

Saturday, November 01, 2008

Inquérito, 1951

Porque gosta da sua mulher? Inquérito da revista Eva, em 1951.
No Dias que Voam.
Um abraço, T.