Sunday, May 31, 2009

Cartas Inéditas a Ferreira de Castro (1)

Como havíamos prometido na «Apresentação» das 100 Cartas a Ferreira de Castro, voltamos a revelar mais inéditos pertencentes ao espólio do autor de A Selva.
Persistimos na correspondência. A epistolografia, género literário ela própria, é também uma fonte importante para a biografia de um autor e melhor conhecimento da mentalidade de uma época. Tem, assim, o grande mérito de aliar à fruição estética de um texto (muitas vezes) literário o acumular de informações veiculadas por um documento.

Cartas Inéditas a Ferreira de Castro [separata], lidas e anotadas por Ricardo António Alves, Vária Escrita, n.º 1, Sintra, Câmara Municipal, 1994, p. 113.
(continua)

Saturday, May 30, 2009

outras palavras - Jaime Brasil - OS NOVOS ESCRITORES E O MOVIMENTO CHAMADO «NEO-REALISMO» (1945)

Estes anos cruciais da guerra têm sido, paradoxalmente, favoráveis ao desenvolvimento das letras em Portugal. Dizemos paradoxalmente, porque nem o clima interno é propício à floração do talento literário, nem o ambiente exterior é de molde a permitir aos espíritos a calma indispensável à maturação das obras de arte. Deve ser muito forte o estímulo dos jovens escritores portugueses, para os levar a vencer todas as oposições e limitações e a realizar-se, se não plenamente, pelo menos com grande pujança.

Jaime Brasil, Os Novos Escritores e o Movimento Chamado «Neo-Realismo», Porto, 1945, p. 3.

Friday, May 29, 2009

ficções - Cristina Leimart

Autor que se preze escreve sobre a luz. Imprime uns impulsos luminosos sempre que lhe puxa a mão para a melancolia e o agita a inspiração. Agualusa, por exemplo, n'O Vendedor de Passados, põe uma fotógrafa a alinhar as luzes de vários pontos do mundo. Tê-las-á ele visto com os próprios olhos? Talvez, consta que é viajado. Ferreira de Castro tem uma passagem soberba sobre a luz matinal que lavava a lã e dissolvia a neve da Estrela a meio do século XX. Virginia Woolf, a pretexto do híbrido Orlando, afirma que o verde na Natureza é uma coisa, e na literatura, outra, o que não é mentira nenhuma e também uma forma de dissertar sobre a luminosidade. E Machado de Assis, no D. Casmurro? O que ele se enleia em parágrafos luminosos! Onde? Pois bem, a páginas tantas e outras, aqui e ali -- não perde oportunidade. Para não falar de quando Eça se aventurou por uma China que jamais viu e pelo meio pôs um mandarim luso falando de lâmpadas derramando "claridades luarentas e sóis luzindo como opalas desmaiadas".
Cristina Leimart, «Sobre a luz», Histórias de Poucas Palavras, Lisboa, Apenas Livros, 2009, p. 13.

Thursday, May 28, 2009

castrianas #16 - Carlos Porto sobre SIM, UMA DÚVIDA BASTA

É de outra peça histórica que fala a peça de Ferreira de Castro, o conhecido romancista de «A Selva», cuja publicação constitui sem dúvida uma considerável revelação, podemos mesmo dizer um acontecimento na história da dramaturgia portuguesa recente.
Carlos Porto, «À procura de histórias», JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias, Lisboa, 14 de Setembro de 1994, p 20.

Tuesday, May 26, 2009

100 Cartas a Ferreira de Castro (1)

A correspondência passiva também pode dar a medida de um homem.

100 Cartas a Ferreira de Castro, selecção, leitura, apresentação e notas de Ricardo António Alves, Sintra, Câmara Municipal / Museu Ferreira de Castro, 1992, p. 5.

(continua)

Sunday, May 24, 2009

111


Ferreira de Castro nasceu há 111 anos.

Saturday, May 23, 2009

Da ABC

Mais presentes da T, aqui e aqui, velho material da revista ABC, dos anos 20, com destque para este texto sobre o Stuart.

Wednesday, May 20, 2009

Ferreira de Castro agitador no Brasil (2)

Nascido em Ossela, Oliveira de Azeméis, em 1898, Ferreira de Castro emigrou para o Brasil aos 12 anos, embarcando no vapor «Jerôme», rumo a Belém do Pará.

mercado de Ver-o-Peso, Belém do Pará

foto daqui
(continua)

Sunday, May 17, 2009

O Horóscopo

A T., no Dias que Voam, digitaliza um conto de Ferreira de Castro no Magazine Bertrand, ilustrado por Tagarro, «O Horóscopo».

Friday, May 01, 2009

Chegar a Jaime Brasil através de Ferreira de Castro (1)

Publicado em Das Artes, das Letras, suplemento de O Primeiro de Janeiro, Porto, 19 de Novembro de 2007.

Jaime Brasil pertence àquela constelação de autores que, proeminentes na época em que viveram, a sua memória se desvanece paulatinamente com o passar dos anos. Hoje, Brasil é um nome de alfarrabista, não obstante recuperações quase extemporâneas, como sucedeu recentemente com a reedição do J'Accuse!..., de Zola, pela Guimarães Editores -- no fundo um estudo desenvolvido pelo nosso autor sobre o Caso Dreyfus, acompanhado do panfleto do criador de Germinal, com esclarecidas anotações do punho do seu tradutor português.
(continua)