Com a publicação daquele romance*, o autor assumiu-se como "biógrafo das personagens que não têm lugar no mundo" (1) -- nem na história oficial de então, acrescento eu. As suas personagens são arquétipos, e, como tal, universais. Por alguma razão ele foi o escritor português mais traduzido em vida. Em 1973, de resto, A Selva (1930), uma das suas obras-primas, estava entre os dez romances mais lidos em todo o mundo, de acordo com dados da UNESCO. (2) O seu nome foi inclusivamente proposto, por várias ocasiões, para Prémio Nobel da Literatura, por personalidades nacionais e estrangeiras.
* Emigrantes.
(1) Emigrantes, 24.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1988, p. 14.
(2) Penso ser útil incluir aqui a relação dos livros de Ferreira de Castro traduzidos para o inglês: Jungle -- A Tale of the Amazon Rubber-Tappers, tradução de Charles Duff, London, Lovat Dickson, 1935, New York, Viking, 1935; Emigrants, tradução de Dorothy Ball, New York, Macmilan, 1962; The Mission, tradução de Ann Stevens, London, Hamis Hamilton, 1963.
In Ferreira de Castro, Macau e a China, Taipa, Câmara Municipal das ilhas, 1998, pp. 7-8.
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