UM SIMPLES NUNCA SIMPLÓRIO
A Ferreira de Castro
Que idade me dás seringueiro doce
vergado na sede do pão que não colhes?
Sou uma criança de sacola ao ombro
e massajo a selva
com treze promessas
treze penas roxas em missão de pombo.
A esteira é de sangue.
A obra é desgosto.
Margarida fia arroubos de infância,
guarda-me uma ânsia
de amá-la ao sol-posto.
Vapor messiânico alisa-me a cama
eu já levo barba e uma mágoa em brasa
de tanta injustiça...
Se o rito do Verbo é orgânico
meu corpo de rama não é de ninguém
encarnei ferreiro no castro de um sonho,
pela alma da terra, (Amen.)
In Homenagem a Ferreira de Castro pelos Escritores da Tertúlia "Rio de Prata", Lisboa, Universitára Editora, 1998, p. 5.
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