Na «Pastelaria Veneza», à Avenida da Liberdade, costumam reunir-se alguns homens de letras e jornalistas. Entre eles avulta Ferreira de Castro -- o escritor português cujos romances estão dando a volta ao Mundo.
Quem veja a figura desafectada de Ferreira de Castro, não adivinhará, por certo, que ela oculta na sua modéstia, simpática e afectuosa, um prosador de garra e um novelista de renome, já hoje, universal.
Pois foi ali, na «Veneza», que nós, naquela tarde, encontrámos o escritor. Nesse dia, estava sozinho, tirando longas fumaças do seu cigarro, com o olhar perdido -- quem sabe? -- nas recordações da floresta amazónica.
Sentámo-nos, junto dele, e conseguimos distraí-lo e trazê-lo às realidades da vida europeia.
Ferreira de Castro evocou-nos alguns episódios da sua aventurosa vida, através do mundo, e, foi depois disto, que a entrevista surgiu naturalmente, como a propósito da conversa que ele mesmo trouxera à baila.
Perguntámos-lhe então:
(continua)
Como Trabalham os Nossos Escritores, Lisboa, Editorial Proença, 1950
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