
(1) «[…] A selva dominava tudo. Não era o segundo reino, era o primeiro em força e categoria, tudo abandonando a
um plano secundário. E o homem, simples transeunte no flanco do enigma, via-se obrigado a entregar o seu destino
àquele despotismo. O animal esfrangalhava-se no império vegetal e, para ter alguma voz na solidão reinante,
forçoso se lhe tornava vestir pele de fera. A árvore solitária, que borda melancolicamente campos e regatos na
Europa, perdia ali a sua graça e romântica sugestão e, surgindo em brenha inquietante, impunha-se como um
inimigo. […]». (in Ferreira de Castro, A Selva [1930], Lisboa, Guimarães & C.ª – Editores, 1980(32.ª ed.): 106).
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