Tuesday, September 11, 2012

A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO, de Vítor Viçoso (25)


A segunda parte, ocupando mais de um terço do livro, trata dos universos da ficção neo-realista, repartidos por 45 autores; esses universos, do campo às fábricas, da aldeia às zonas de fronteira, das minas às cidades, com os seus bairros populares e burgueses, até aos territórios do Império; e trata das vozes sociais dos dominados: jornaleiros, pequenos arrendatários, trabalhadores migrantes, assalariados, operários, pescadores, mineiros, contrabandistas, prostitutas, marginais e vagabundos, clandestinos, estudantes, empregadas domésticas, costureiras. Se a condição dos trabalhadores é um tópico fundamental da narrativa neo-realista, não o é menos o da condição feminina, dominada entre os dominados. O lugar da mulher na ficção neo-realista é de primeira grandeza, com a denúncia do machismo, da organização patriarcal da sociedade, da reificação da mulher, do marialvismo. De Alves Redol a José Cardoso Pires -- este estudado já na terceira parte do livro, «O herdeiros e os Nostálgicos do Neo-Realismo» –, passando por Carlos de Oliveira e tantos outros.


(texto lido na apresentação do livro no Café Saudade, Sintra, em 21 de Outubro de 2011)
foto: Adelino Lyon de Castro, sem título -- daqui.

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