O autor de Ontem e Hoje com Dom Quixote iniciou vida artística por volta de 1920, como assistente de realização e laboratório de Albert Durot, antigo câmara de Georges Pallu, o realizador de «Os Fidalgos da Casa Mourisca» (1920) , «Amor de Perdição» (1921), «O Primo Basílio» (1922) e um dos responsáveis pelas primeiras tentativas de se estabelecer uma actividade regular de cinema em Portugal. (3) Essa paixão pela 7.ª Arte, levá-lo-ia inclusivamente à realização. (4) Nele coabitavam, porém, múltiplos interesses: artes plásticas (em que foi um dos precursores do neo-realismo pictural português (5)), artes gráficas (o cartoon (6), a publicidade, a ilustração (7), o design de moda (8)) e a escrita.
(3) Anos mais tarde, recordaria: «[...] comprei, penosamente, uma sumária câmara Ernneman para as minhas experiências. Mas, por Júpiter, desconhecia até a velocidade que se devia dar à manivela.» Roberto Nobre, Horizontes de Cinema, 2.ª edição, Lisboa, Guimarães & C.ª, 1971, p. 10.
(4)Ver Luís de Pina, História do Cinema Português, Mem Martins, Publicações Europa-América, s. d., p. 54.
(5) Ver Fernando Alvarenga, Afluentes Teórico-Estéticos do Neo-Realismo Visual Português, Porto, Edições Afrontamento, 1989, pp. 13 e 69.
(6) Ver Maria Helena de Freitas, «Imagens e miragens de uma década», VV. AA., O Grafismo e a Ilustração nos Anos 20, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian -- Centro de Arte Moderna, 1986.
(7) Ver Margarida Acciaiuoli, «As capas das revistas e magazines», ibidem.
(8) Ver José-Augusto França, Os Anos Vinte em Portugal, Lisboa, Editorial Presença, 1992, p. 194.
«Os retratos de Castro por Nobre», Vária Escrita, Sintra, Câmara Municipal, 2001, pp. 33-42.
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