Em terceiro lugar, Castro foi um contemplativo da Natureza, em especial da
natureza vegetal; e esta ocupa também um lugar de primeira importância na
sua obra, como desde sempre viram exegetas mais atentos: já na década de
1930, o poeta João de Barros assinalara nas páginas da Seara Nova, em
recensão crítica a Eternidade (1933), a «paisagem, humanizada pelos que nela
penam e sofrem» (in Museu Ferreira de Castro – Periódicos, MFC/D, João de Barros, «Livros», Seara Nova #345, Lisboa, 1 de Junho de 1933: 141-142); e
outros críticos tirarão desta humanização mais extremes e significantes
consequências: de António Cândido Franco, que sublinhará, a propósito do
romance A Selva (1930), «[…] uma atribuição precisa de sentido à natureza
[…]» (in António Cândido Franco, «O significado da selva na obra de Ferreira
de Castro», Colóquio – Letras #104-105, Lisboa, Fundação Calouste
Gulbenkian, 1978: 62), a Torcato Sepúlveda, notando que o escritor, «[…] na
obra como na vida, cultiv[ara] um doce paganismo em que a natureza era
antropomorfizada […]» (in Torcato Sepúlveda, «A natureza como personagem
de romance», Público, Lisboa, 29 de Junho de 1994: 25)
– como teremos oportunidade de ver, a propósito das árvores de Sintra.
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