No romance português, há um antes e um depois de Ferreira de Castro (1898-1974). Este escritor autodidacta, de origens camponesas humildes, nascido no litoral centro[-norte] de Portugal, emigrado aos doze anos incompletos, só, para o Brasil, onde trabalhou num seringal, em plena Amazónia (1911-1914), e depois como afixador de cartazes, marinheiro e, por fim, jornalista, em Belém do Pará, em cuja biblioteca leu avidamente Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, Balzac e Zola, Nietzsche e Gorki; o literato que após o regresso ao seu país continuou no jornalismo, apenas como meio de sustento que lhe possibilitasse escrever os seus primeiros livros; o jovem Ferreira de Castro, aos trinta anos, com o livro Emigrantes (1028), mudou o rumo da ficção narrativa portuguesa, passando a ser uma das figuras de proa -- ou a figura de proa -- entre os finais dos anos vinte e a primeira metade da década de cinquenta.
(continua)
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