Publicado em 1933, sai agora a 15.ª edição
Wednesday, July 29, 2020
Wednesday, July 22, 2020
na morte de Luís Garcia e Silva
Uma grande figura do anarquismo em Portugal, nas últimas décadas, esteio, com a sua companheira Elisa Areias, do jornal A Batalha, antigo órgão da CGT, publicado pelo Centro de Estudos Libertários, e também da medicina portuguesa, na sua área de especialidade a Dermatologia, cujos serviços chefiou no Hospital de Santa Maria, tendo ainda obra publicada sobre o tema. Tão grande foi a sua importância na preservação da chama da ideia libertária em tempos recentes, quão discreto, afável e ponderado era nas atitudes e relacionamento pessoal.
Sobre Ferreira de Castro, reuniu e anotou a coluna que este manteve em A Batalha, intitulada «Ecos da Semana -- A Arte, a Vida e a Sociedade», mas também, de Jaime Brasil, Sobre Jornalismo, igualmente com Elisa Areias, A Voz que Clama no Deserto ou ainda o colectivo Contra as Touradas. Deve-se-lhe ainda o resgate de um texto longínquo de Camus sobre A Selva, de 1938, publicado na Castriana #4, em 2009.
Ver aqui e aqui.
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Thursday, June 18, 2020
pôr um romance em movimento
«Vistos muitos anos depois, a outra luz literária, nenhum desses balbuceios teatrais nos agradara. Mas pareceu-nos que com a segunda peça se conseguiria pôr em movimento um romance e isso dar-nos-ia mais largueza do que um palco, pois o romance é uma carroça mágica, onde se pode carregar livremente, ligadas apenas por um fio, todas as léguas do Infinito, todos os minutos da Eternidade, o visível e o invisível, o palpável e o impalpável, as coisas mais díspares, de todas as formas, de todas as cores, de todas as dimensões e de todas as profundidades.»
do «Pórtico» de A Curva da Estrada (1950, 11.ª ed., 1985)
Monday, June 08, 2020
da distracção
«Ele vinha a rememorar a influência maléfica que uns quadris femininos podem ter, pelo facto de parecerem maiores do que efectivamente são quando o corpo está sentado, e perguntara aquilo distraidamente, muito mais por hábito de cortesia do que por força de curiosidade.»
A Missão (1954; 11.ª ed., 2013)
Tuesday, June 02, 2020
quando o homem sai, a natureza avança
«No Inverno, quando os zagais se retiravam das soledades alpestres, os lobos desciam também e vinham rondar, famintos, a porta fechada do homem.»
do «Pórtico» de A Lã e a Neve (1947; 15.ª ed. 1990)
Tuesday, May 26, 2020
Ruben A. encontra Ferreira de Castro
Passam hoje cem anos sobre o nascimento de Ruben A., nome literário de Ruben Andresen Leitão, com que assinava a obra historiográfica, incidindo no século XIX, em especial na figura e no reinado de D. Pedro V. Num depoimento publicado no Diário Popular Popular, em 7 de Abril de 1966 -- quando se assinalava o cinquentenário da publicação do seu primeiro livro, Criminoso por Ambição -- o romancista de A Torre da Barbela traçou um eloquente retrato moral do escritor, nascido há 122 anos, completados anteontem, 24 de Maio: «[…] nos raros encontros que tivemos -- eu fiquei com um pedaço da sua alma agarrada à minha fraca humanidade. / Tem a estranha qualidade em escritores portugueses -- que é a de saber admirar, mostrar ao mundo do dia a dia -- que a vida não é apenas um alguidar de lacraus onde todos se trincam sadicamente.» A esta qualidade moral, Ruben juntou outra: o exemplo da rectidão: «[…] por detrás dessas linhas [os seus romances] desenha-se uma alma fina, silhueta perfeita do homem que estimula, do ser
que combate com a dignidade de quem na praça pública só tem ou segue uma conduta.»
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Monday, May 25, 2020
da inércia
«Marchavam com naturalidade, nem depressa, nem devagar, no ritmo dos funcionários que chegam a horas ao seu emprego.»
A Experiência (1954; 11.ª ed., 2014)
Sunday, May 24, 2020
Friday, May 01, 2020
Ferreira de Castro com Glauber Rocha, no 1,º de Maio de 1974 -- ou "Escrever é lutar!"
“A mim ainda me parece inverosímil que, após quase 50 anos de opressão e de falta de liberdade, o povo português se tenha libertado dessa mesma opressão e que sinta hoje, sinta nos últimos dias, uma alegria que é verdadeiramente indescritível! E aproveito a ocasião para saudar, no Brasil, os brasileiros, os meus camaradas brasileiros, aos quais estou profundamente ligado pelo coração e pelo espírito!” (ao minuto 31')
transcrição do Centro de Estudos Ferreira de Castro
José Gomes Ferreira, no In Memoriam de Ferreira de Castro (1976), dá conta dessa jornada.
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