Thursday, June 18, 2020

pôr um romance em movimento


«Vistos muitos anos depois, a outra luz literária, nenhum desses balbuceios teatrais nos agradara. Mas pareceu-nos que com a segunda peça se conseguiria pôr em movimento um romance e isso dar-nos-ia mais largueza do que um palco, pois o romance é uma carroça mágica, onde se pode carregar livremente, ligadas apenas por um fio, todas as léguas do Infinito, todos os minutos da Eternidade, o visível e o invisível, o palpável e o impalpável, as coisas mais díspares, de todas as formas, de todas as cores, de todas as dimensões e de todas as profundidades.»



do «Pórtico» de A Curva da Estrada (1950, 11.ª ed., 1985)



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