É interessante vermos que ambas as posições, bukharinista e jdanovista, parecem ter a sua tradução nacional: Mário Dionísio caracterizando o Neo-Realismo como uma «síntese do Romantismo e do Realismo no quadro de uma apropriação e superação da nossa tradição literária.» […] isto é: «Descrever o real e contaminá-lo com o sonho […]» (p. 30), parece-me estar mais próximo de Bukhárine, enquanto que Álvaro Cunhal – no confronto com José Régio, nas páginas da Seara Nova, em 1936, ou na polémica interna do Neo-Realismo esgrimida nas páginas da Vértice, coadjuvando, a partir da prisão, pelo brilhante e ultra-ortodoxo António José Saraiva, contra João José Cochofel, Fernando Lopes-Graça e outros –, é claramente a personificação da rigidez doutrinária.
Tuesday, January 17, 2012
A NARRATIVA NO MOVIMENTO NEO-REALISTA -- AS VOZES SOCIAIS E OS UNIVERSOS DA FICÇÃO (9)
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