O jornalismo é uma actividade que Ferreira de Castro inicia ainda no Brasil, para onde emigrara muito jovem, em 1911, com doze anos e meio. Quando regressa, em 1919, retoma-a com grandes dificuldades, uma vez que era totalmente desconhecido no meio. A imprensa foi para ele a «profissão socorro»(2) que lhe permitiu dedicar-se à sua vocação literária. Até 1927, é um free-lancer, escrevendo abundantemente para jornais do continente, ilhas e colónias, como meio de subsistência. Nesse ano -- que coincide com uma nova etapa da sua vida pessoal, o encontro com Diana de Liz, e também o encerramento de A Batalha, após o golpe de 28 de Maio --, o jovem escritor entra para os quadros de O Século, onde permanecerá até 1934, abandonando então a vida dos jornais como profissional, saturado dos constrangimentos impostos pela Censura do Estado Novo.
(2) Ferreira de Castro, «Origem de "O Intervalo"», Os Fragmentos, Lisboa, Guimarães & C.ª [1974]2, p. 63.
Círculo Joaquina Dorado e Liberto Sarrau - 3.º Ciclo, Lisboa, Centro de Estudos Libertários, 2007, p. 31.
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