Friday, August 10, 2012

Jorge Amado, CANTIGA DA AMAZÔNIA (1938)


NEM O MISTERIO DOS RIOS SE RENOVANDO,
NEM LA TERRA NINA NASCENDO A CADA MOMENTO NO PRINCIPIO DO MUNDO DA [AMAZONIA,
NEM O PITORESCO DOS LIRICOS NAVIOS ATRAZADOS,
NEM A FLORESTA DE TODAS AS ALUCINAÇÕES,
NEM O PAGÉ, O BOTO, A COBRA GRANDE,
NEM MESMO OS CABELOS DA ULTIMA YARA, DE OCULOS AZUES, VOGANDO NO RIO [DE MISTERIO EM LANCHA-AUTOMOVEL,
TÃO POUCO EL DOLOR E LA SANGRE DE LOS INDIOS DE RIVERA,
DOS CEARENCES DE FERREIRA DE CASTRO,
NENHUM MOTIVO ETERNO NA MINHA CANTIGA DO AMAZONAS.

APENAS O LOUVOR DO AMIGO:
O CIVILIZADO QUE PAROU NA SELVA,
FILHO DAS GLORIAS DUMA RAÇA FORTE,
MÃOS CHEIAS DE CULTURA E DE BOM GOSTO,
AQUELE PARA QUEM A HUMANIDADE NÃO É UMA PALAVRA VÃ,
GRANDE DA BONDADE,

PORTUGUEZ!

A CERTEZA DE PODER DIZER NA HORA DA MAIS DENSA ANGUSTIA:
EMIDIO VAZ D'OLIVEIRA, AMIGO,
AMIGO!

Estrada do Mar (1938)