Vão a desaparecer os ceramistas populares da freguesia de Ossela, no concelho de Oliveira de Azeméis e distrito de Aveiro. Do não mui remoto e numeroso grupo de oleiros subsistem apenas dois no lugar do Mosteiro, da freguesia aludida, e outro, de lá destacado, no lugar de Barbeita, freguesia de Castelões e concelho contíguo de Macieira de Cambra. É, pois, uma indústria local que se extingue à míngua de recursos. A exiguidade dos lucros desviou os oleiros para outras ocupações, limitando-se os que sobrevivem a venderem os seus púcaros negros nas feiras, e associando interpoladamente alguma agricultura ao seu descaroável mister.
Rocha Peixoto, «Os pucareiros de Ossela», Etnografia Portuguesa, edição de Flávio Gonçalves, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1990, p.315.
5 comments:
Lamento não conhecer esses oleiros a que se refere. Há pouco tempo andei por terreas de Reguengos de Monsaraz e, em S. Pedro do Corval, visitei algumas olarias. Também se queixam, a crise parece não poupar ninguém. Mas notei em duas ou três olarias alguma pujança, criatividade e vontade de seguir em frente.
Rocha Peixoto tinha razão, há 90 anos. Os púcaros de Ossela, terra de Ferreira de Castro, deixaram de se fazer...
Post a Comment